Políticos culpam uns aos outros por protestos ocorridos no país

Amália Goulart, Ana Flávia Gussen, Humberto Santos e Lucca Figueiredo - Hoje em Dia
19/06/2013 às 06:58.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:15

Enquanto manifestantes que saíram às ruas do país pedem, entre outras coisas, o fim da corrupção e cobram melhor postura dos políticos, rejeitando os partidos e seus ideais, as lideranças que estão no poder, nas esferas estadual ou federal, capitalizam politicamente o movimento iniciando um jogo de “empurra” e mútuas acusações. Publicamente, todos saem em defesa das manifestações e jogam a culpa nos adversários.

PT e PSDB, partidos que polarizarão as eleições presidenciais e para o governo de Minas Gerais, têm opinião similar.

A presidente Dilma Rousseff afirmou, na última terça-feira (18), que seu governo “ouve as vozes da mudança” e “surgiram cidadãos que querem mais e têm direito a mais”

Mas, para os tucanos – que pretendem lançar o senador Aécio Neves ao Palácio do Planalto – as manifestações vêm mostrar que o país não anda bem. “Quem tentar se apropriar desse movimento vai quebrar a cara. Esse Brasil róseo que o PT tenta mostrar não existe”, disse o senador.

Lula e FHC

Ex-presidentes da República e expoentes das duas legendas seguiram a mesma linha. Na segunda-feira, Luiz Inácio Lula da Silva disse que as manifestações eram legítimas.

Na última terça-feira (18), Fernando Henrique concordou e mandou um recado para Dilma: “Nessa hora, a presidente tem de ouvir outras pessoas”.

O discurso parecia ensaiado e foi seguido à risca no nível estadual.

“O movimento é importante para chamar a atenção para o fato de que o Brasil não é um país cor de rosa, como mostrado na propaganda institucional”, disse o presidente do PSDB mineiro, deputado federal Marcus Pestana.

Apesar de cutucar os petistas, Pestana acredita que a insatisfação é acumulada. “O fato mais importante é que é um cartão amarelo para as elites, lideranças políticas e instituições. Há alguma coisa podre no reino da Dinamarca”, disse.

Os petistas acreditam que as manifestações não irão afetar a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo o presidente estadual da legenda, deputado federal Reginaldo Lopes, o PT “não teme que adversários partidarizem as manifestações”, que já se tornaram a maior da história recente do país.

“Nós, do diretório do PT-MG, apoiamos as pessoas nas ruas e achamos que trata-se de uma manifestação legítima. O movimento não tem uma única pauta, por que trabalha em diferentes frentes, mas temos que reconhecer que o Brasil melhorou muito. A manifestação é contra a corrupção mas, por exemplo, sancionamos a Lei de Acesso à Informação” destacou o presidente do PT, partido responsável por um dos maiores escândalos da história recente, o “mensalão”.

PMDB

Em nota, o PMDB de Minas caracterizou como “normais” as manifestações populares e aproveitou para exaltar seus próprios feitos, ao dizer que “aprofunda o regime democrático, pelo qual o partido tanto lutou”.

Os senadores Clésio Andrade (PMDB) e Zezé Perrella (PDT) também foram procurados, mas não comentaram o assunto até o fechamento da edição.

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