O voto das mulheres mineiras está valendo muito para os dois candidatos à Presidência da República. Em jogo, uma disputa para conquistar corações e mentes das 8,4 milhões de eleitoras aptas a votar no Estado, segundo os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para cumprir o desafio, as duas campanhas agendaram atos nesta sexta-feira (21) e sábado (22) com o reforço de nomes femininos, como a senadora Simone Tebet (MDB) e a primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Com o reforço da senadora emedebista e de Marina Silva, eleita deputada federal por São Paulo, Lula fez uma caminhada em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, na manhã de ontem. À noite esteve em Juiz de Fora, na Zona da Mata, também acompanhado das duas aliadas. 

Enquanto isso, a campanha de Jair Bolsonaro (PL) enviou ao Estado a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, para pedir votos ao presidente em seis cidades mineiras, começando por Almenara e Governador Valadares, no Leste de Minas. Michelle veio acompanhada da ex-ministra Damares Alves, eleita senadora pelo Distrito Federal.

Lula quer manter a vantagem obtida no primeiro turno. Já o desafio da primeira-dama é vencer a resistência que as mulheres têm demonstrado em votar no atual presidente, de acordo com as últimas pesquisas que indicaram vantagem do petista com essa parcela do eleitorado.

Votos em disputa
A última pesquisa Datafolha, divulgada na quarta-feira (19), mostrou a intenção de votos de acordo com o gênero do eleitor. Segundo o instituto, o petista tem 51% da preferência feminina contra 42% de Bolsonaro. Entre homens, apesar de uma diferença menor, a vantagem é do atual presidente, com 49% contra 47% de Lula.

Minas Gerais é o único Estado do Sudeste onde Lula venceu Bolsonaro. Foram 48,29% do petista contra 43,6% do adversário. Uma vantagem que, nas urnas, correspondeu a 563 mil votos a mais para Lula. Se aplicados os números da pesquisa sobre a quantidade de eleitoras aptas a votar em Minas, Lula teria 169 mil votos a mais que Bolsonaro entre as mulheres, o que equivale a aproximadamente 30% da vantagem do petista em Minas.
 
Missão bolsonarista
Com a missão de reverter essa vantagem, Michelle Bolsonaro desembarcou em Minas na manhã desta sexta-feira (21) e está cumprindo uma maratona atrás do voto feminino, com o apoio de Damares Alves (Republicanos).
 
As duas têm agenda intensa, percorrendo cinco regiões do Estado em dois dias. Só nesta sexta-feira, Michelle e Damares passaram por três cidades. Elas desembarcaram em Almenara, no Norte do Estado, às 11h, seguiram para Valadares para um evento marcado para as 14h e encerraram o dia em Ribeirão das Neves, na Grande BH, em um evento que contou com a presença do governador Romeu Zema (Novo). 

Neste sábado (22), as duas estarão em Belo Horizonte, numa caminhada e motociata com apoiadores que partirá da Praça Geralda da Mata Pimentel e seguirá pela orla da Lagoa da Pampulha no sentido Iate Tênis Clube. À tarde, seguem para Ubá, na Zona da Mata, e encerram o dia com um evento em Uberaba, no Triângulo Mineiro.

Contra-ataque petista
Lula também veio a Minas acompanhado de lideranças femininas. Além da esposa, a socióloga Janja, tem ao lado Simone Tebet e Marina Silva. “Estou aqui porque amo o Brasil e quero um presidente que ame os brasileiros e as brasileiras”, disse Tebet em Juiz de Fora.

 Lula começou a agenda em Teófilo Otoni, cidade governada pelo petista Daniel Sucupira, e encerrou a sexta-feira em Juiz de Fora, governada por uma mulher, a também petista Margarida Salomão, e onde Lula ganhou no primeiro turno. O objetivo, segundo o ex-presidente, é convencer os indecisos e mobilizar aqueles que se abstiveram de votar no primeiro turno. 

Neste sábado (22), Lula chega a Belo Horizonte. Pela manhã, fará uma caminhada com apoiadores de Venda Nova até Ribeirão das Neves, na região metropolitana da capital.

A assessoria de imprensa da campanha do presidente Bolsonaro não divulgou nenhuma declaração da primeira-dama até o fechamento desta edição. Em São Paulo, Bolsonaro teve encontro com lutadores de MMA, de quem recebeu um cinturão e disse que o Brasil é “exemplo para o mundo” na questão da economia.

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