Presidente da OAB em Nova Lima é denunciado ao MP

Ricardo Rodrigues - Hoje em Dia
14/02/2014 às 06:43.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:01
 (Divulgação)

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O subprocurador do Município e presidente da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Nova Lima, Leo Alves de Assis Junior foi denunciado ao Ministério Público pela delegada Adriana Bianchini Galliac, da 1ª Delegacia Especializada de Investigação de Falsificação, Sonegação Fiscal e Administração Pública (DEIFA) em Belo Horizonte, por suposta tentativa de fraude processual. O advogado nega.    A delegada abriu inquérito policial contra o advogado depois de ouvir depoimento de Davidson Floriano de Almeida, de 33 anos, testemunha no processo 135.474 que tramita na Vara de Justiça Eleitoral de Nova Lima, contra o prefeito Cássio Magnani Júnior (PMDB) e sua vice Fátima Aguiar (PT), por abuso de poder político nas eleições de 2012. O ex-prefeito Carlinhos Rodrigues (PT), padrinho político de Cassinho, também é réu no processo.    Davidson disse à delegada que no dia 6 de fevereiro deste ano foi procurado pelo subprocurador Leo Assis que teria lhe proposto “realizar um serviço de gravação para comprometer o andamento do processo na Vara Eleitoral e consumar uma fraude processual”. O denunciante teria feito a gravação utilizando um relógio de pulso que possui um gravador de vídeo acoplado.   Ele não teria sido ameaçado ou coagido após a gravação do vídeo, conforme boletim de ocorrência (BO). Porém, disse temer por sua vida e sua segurança após a apresentação do DVD à Polícia. Segundo o BO, “o advogado pode procurar outras testemunhas para coação ou para os mesmos fins que procurou Davidson”.    A ação contra o prefeito Cássio Magnani foi proposta pelo candidato derrotado Vitor Penido e pelo DEM. Não é a primeira vez que Davidson grava vídeos comprometedores. Ele seria o autor do vídeo feito com um pastor da Igreja Quadrangular, no bairro Jardim Canadá, que deu ensejo à abertura do processo para a cassação do atual prefeito. De acordo com Davidson, os pastores evangélicos teriam recebido terrenos na região em troca de apoio político a Magnani.    Testemunha no processo, Davidson disse à delegada que “presenciou situações em que tomou conhecimento de um esquema de compra de votos”. A delegada não foi encontrada para comentar as denúncias.   Acusado alega perseguição política   “Virou perseguição política mesmo”, reagiu o presidente da OAB de Nova Lima, Leo Assis, ao ser perguntado sobre a denúncia de Davidson Almeida contra ele. “Isto aqui está uma verdadeira guerra. Eu não tomei conhecimento de nada, não fui notificado. Não sei do que se trata”.    Assis conta que já foi “agredido por aliados do Vítor Penido” no fim de 2013, numa festa dentro da OAB. “Não é a primeira vez que fazem isso comigo. Como trabalhei na campanha, esse grupo tenta me atingir de toda maneira, já arranharam meu carro todo”.   Ele alegou que esteve no bairro onde mora Davidson, mas para conversar com Renato Almeida, presidente da Coopertransp, cooperativa de transporte na cidade. “Não conheço esse rapaz. Não sei o teor do que ele disse. Não tenho a mínima ideia dessa artimanha. Estão tentando me desqualificar”.    Segundo pessoas ligadas a Davidson, o advogado teria oferecido R$ 1 milhão a Davidson. Ao saber da suposta quantia, Assis deu risadas. “É de rir, você vai me desculpar”. Ao final da conversa, assinalou: “Se conversei com ele, foi bom dia, boa tarde”, disse o presidente da OAB de Nova Lima por três mandatos.    O auto de apreensão do DVD que contém as gravações com a suposta tentativa de suborno foi assinado pela delegada Adriana Bianchini e pelo escrivão Lucas Orsini, no último dia 10. No boletim de ocorrência, o denunciante não informou corretamente seu endereço. O Hoje em Dia foi à rua citada e conseguiu localizar a casa. Davidson e a família não foram encontrados. Uma vizinha disse que “ele viajou”. Segundo outro vizinho, ele estaria em casa e teria sido visto na quarta-feira”.

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