Presidente do PSDB em Minas compara Azeredo a Lula

Ana Flávia Gussen - Hoje em Dia
Publicado em 09/02/2014 às 07:56.Atualizado em 20/11/2021 às 15:54.

O presidente do PSDB mineiro, deputado Marcus Pestana, comparou a situação do deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB) a do ex-presidente Lula (PT) quanto aos escândalos dos “mensalões” petista e tucano. “Se ele (Lula) não foi envolvido no processo, porque Eduardo será?, disse Pestana. Ainda de acordo com Pestana, a Procuradoria-Geral da República “surpreendeu” usando “provas desqualificadas”.

Na sexta-feira, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) as alegações finais da investigação do “mensalão tucano” e pediu a condenação de Eduardo Azeredo a 22 anos de prisão e pagamento de multa de R$ 451 mil a serem corrigidos pela inflação.

Azeredo é acusado de peculato e lavagem de dinheiro por participar de um esquema que desviou R$ 3,5 milhões de estatais para sua campanha à reeleição ao governo em 1998.

Para o presidente do PSDB de Minas, assim como Lula não sabia do esquema envolvendo seus aliados, Azeredo também não tinha conhecimento do que sua equipe de campanha fazia.

“Nesse caso, ele tem similaridade com a figura do Lula do mensalão. A figura dele é correlata ao Lula e não ao Delúbio (Soares, condenado no mensalão do PT)”, declarou o tucano que nega a classificação do escândalo como “mensalão”. “Foi falha no caixa de campanha”.

De acordo com ele, Azeredo não tinha como controlar todos os “detalhes do financiamento de sua campanha”. O tucano conversou com Azeredo e disse que ele está “confiante” com o andamento do processo.

Valerioduto

Na ação, Azeredo é acusado de se associar ao empresário Marcos Valério para desviar verbas da Codemig, Copasa, Comig e do antigo Bemge. O dinheiro, que teoricamente seria usado para patrocinar eventos esportivos, era liberado para a agência SMP&B de Valério e repassado à campanha eleitoral.

Conforme Janot, havia um relacionamento próximo entre Azeredo e Marcos Valério. Ele destacou o registro de 57 ligações entre os dois no período de julho de 2000 a maio de 2004.

“Há elementos probatórios absolutamente suficientes para afirmar com a segurança devida que Eduardo Brandão de Azeredo participou decisivamente da operação que culminou no desvio de R$ 3,5 milhões, aproximadamente, R$ 9,3 milhões em valores atuais”, sustentou o procurador no documento.

Por outro lado, Pestana questionou as provas citadas por Janot em seu relatório e criticou o fato dele ter apresentado a dosimetria nas alegações enviadas ao Supremo.

“Ele considerou provas já desqualificadas como fraude feita por um estelionatário. Mas de qualquer forma, não vamos fazer igual ao PT e confrontar as instituições democráticas”, sustentou Marcus Pestana (com agências).

Ex-governador reitera que não houve mensalão

O senador Eduardo Azeredo divulgou nota na noite de sexta-feira com suas alegações de defesa. Abaixo, a íntegra da nota:

“O teor das alegações finais da Procuradoria Geral da República ainda é desconhecido. O deputado Eduardo Azeredo manifesta sua confiança no STF, que decidirá ouvindo também as alegações da defesa. Manifesta ainda total estranheza com a contradição entre o relatório da Procuradoria e as provas apresentadas ao processo.

Azeredo reitera sua inocência e espera que as questões sejam esclarecidas o quanto antes. Reforça que não houve mensalão, ou pagamento a parlamentares, em Minas Gerais e que questões financeiras da campanha de 98, alvo da ação penal no STF, não eram de sua responsabilidade.

Reafirma que a aquisição de cotas de patrocínio por estatais mineiras não é da alçada de um governador e não houve sua determinação para que ocorresse.”

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