BRASÍLIA - Em mais um ato de aproximação com o principal parceiro da base de apoio, a presidente Dilma Rousseff classificou o ano de 2013 como importante para o governo federal consolidar alianças políticas e partidárias. As declarações, feitas durante jantar, nessa terça-feira (6), com líderes e ministros do PT e PMDB no Palácio do Alvorada, foram interpretadas pelos aliados como um primeiro movimento de Dilma para pavimentar sua reeleição.
De olho na parceria entre petistas e peemedebistas para as eleições de 2014, a presidente também reiterou que o PT vai cumprir o acordo firmado para que o PMDB assuma o comando da Câmara e do Senado.
Dilma também pretende se reunir com lideranças das outras legendas da base, em especial o PSB que também pleiteia a presidência da Câmara, acumulou pontos de estresse com o PT durante as eleições municipais e está sendo cortejado por integrantes da oposição.
"Foi discutido o desempenho do PT, do PMDB, bem como de toda a base. Alianças do passado, do futuro. [Aliança em 2014] já está mais ou menos acordada. Como o resultado da eleição desse ano, a base sai muito fortalecida", afirmou o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp.
No encontro foi feito balanço das eleições municipais que assegurou aos partidos aliados da presidente base 80% das prefeituras e 82% das vagas nas câmaras municipais, de acordo com Raupp.
Dilma também discutiu sobre o novo cálculo do Fundo de Participação dos Estados, que deve ser votado este ano e deixou nas mãos do Congresso a missão de avançar na reforma política. "Dilma disse que é importante que o país enfrente o debate e que o Congresso tome a iniciativa", afirmou o líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves.
Lula
Antes do jantar, Dilma passou a tarde com ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não participou do encontro com as lideranças e ministros. Ele deixou a residência oficial da Presidência antes de os convidados chegarem. A ideia era que a presidente conduzisse sozinha o encontro, inicialmente marcado para discutir a relação e parcerias entre PT e PMDB em especial na sucessão do comando do Congresso no início do próximo ano.
Antes do jantar, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) afirmou que a reforma ministerial não fazia parte do cardápio. Uma eventual troca nos ministérios ficaria, de acordo com o ministro, apenas para 2013. "De verdade, a presidente pediu para gente e disse que não está pensando nesse assunto [reforma ministerial]. Não vamos alimentar uma coisa que não existe", disse. "Eu, pessoalmente, acho que até o final do ano não vai mexer em nada", completou.
Para Carvalho, que participou do jantar no Alvorada, o encontro serviria para tratar de temas como a eleição da presidência da Câmara, assunto de interesse do PMDB.
"O processo eleitoral, os episódios de São Paulo, Belo Horizonte, reforçaram essa aliança [entre PT e PMDB]. Esse jantar é muito mais um congraçamento, um reforço. [Vamos] reforçar a questão da eleição da presidência da Câmara", afirmou.