O Ministério Público italiano pediu na manhã desta quarta-feira (11), em Roma, que a decisão de não extraditar o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado por envolvimento no mensalão, seja anulada e que o processo seja reaberto para um novo exame. A Corte de Cassação concluiu nesta manhã o julgamento sobre o pedido de extradição do Brasil e ainda nesta quarta uma decisão será anunciada.
A promotoria italiana defende que o caso volte para a Corte de Bolonha, que negou a extradição sob o argumento de que as prisões brasileiras não têm condições de receber Pizzolato. A solicitação agora é para um exame mais aprofundado ser realizado sobre o Complexo da Papuda, para onde Pizzolato seria enviado em caso de extradição. O ex-diretor foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão, mas fugiu do País com um passaporte falso.
Em resposta ao argumento da Justiça italiana, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, garantiram à Corte que o ex-diretor terá sua integridade física assegurada e que ele receberá "tratamento muito melhor em comparação aos outros presos".
A defesa de Pizzolato, por sua vez, vai tentar barrar a extradição com base no caso do italiano Cesare Battisti - ex-ativista acusado de assassinatos na Itália, cuja extradição foi negada pelo governo brasileiro em 2010.
Os advogados vão sustentar que não existe cooperação por parte do Brasil em termos de extradição e, portanto, a Itália também deve responder da mesma forma, rejeitando o pedido brasileiro.
Miqueli Gentiloni, advogado contratado pelo Brasil, rejeita o argumento. "Isso não tem nenhuma influência nesse processo", insistiu. "É a primeira vez que a defesa usa esse argumento no processo", ressaltou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.