O líder do PSB na Câmara dos Deputados, Beto Albuquerque (RS), anunciou nesta quarta-feira (18) que ao deixar o governo Dilma Rousseff, o partido adotará uma postura independente no Congresso Nacional. Albuquerque disse que, ao deixar a base governista, o PSB fica "livre" para decidir sobre a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, à Presidência da República e acaba assim com o "constrangimento" para as duas partes. "Divórcio é divórcio, amigável ou não", resumiu.
Durante o encontro da Executiva nesta manhã em Brasília, Albuquerque informou que Campos teria uma reunião agendada com a presidente Dilma Rousseff às 14h30, mas devido ao prolongamento do encontro do partido, não está agendado um novo horário. Além de Albuquerque, participam da reunião da Executiva do partido o vice-presidente da sigla, Roberto Amaral, os governadores Cid Gomes (Ceará), Wilson Martins (Piauí) e Ricardo Coutinho (Paraíba), o atual ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, o líder no Senado, Rodrigo Rollemberg (DF), e os deputados de São Paulo, Márcio França e Luiza Erundina. Leônidas Cristino, da Secretaria dos Portos, está em agenda no exterior.
Segundo Albuquerque, a partir de agora, o PSB não adotará uma postura "radical e irresponsável" no governo. "O PT não precisa discutir mais cargos com a gente", disse. Num tom de incômodo com as cobranças do PT para deixar os cargos no governo, o deputado reclamou do constrangimento sofrido pelo PSB nas últimas semanas. "Queremos ficar livres e soberanos, sem cerceamento, sem ouvir baboseiras de algumas lideranças que querem constranger o PSB", criticou.
Com a decisão de desembarque em vias de oficialização nesta quarta, Albuquerque disse que a hora "de conversar com o governo passou há muito tempo". "Não é hora de conversar, é hora de comunicar", afirmou.