PSDB acredita na aliança com o PMDB em Minas

Ricardo Rodrigues/Hoje em Dia
Publicado em 22/03/2014 às 08:58.Atualizado em 20/11/2021 às 16:47.
O presidente do PSDB em Minas, Marcus Pestana, minimizou nesta sexta-feira (20) as declarações do presidente do PMDB, Antônio Andrade, em defesa da aliança com o PT para disputar o governo estadual e reeleger Dilma Rousseff (PT). Ao reassumir a direção do PMDB estadual, na quinta-feira, Andrade disse que é favorável à aliança com o PT no Estado, por falta de um bom candidato peemedebista, apesar de o senador Clésio Andrade ter se apresentado como pré-candidato da legenda. 
 
“Essa é a opinião dele, o que Antônio Andrade disse é que a convenção definirá os rumos do PMDB”, frisou o tucano Marcus Pestana. O PMDB está dividido nessas eleições e uma parcela importante do partido não quer ficar na aliança com o PT. “A nossa tarefa é aguardar o processo de decisão interna do PMDB. A bola está com ele. Nós mostramos a disposição ao diálogo”, disse, em referência à reunião que teve com deputados estaduais e federais do PMDB. Na ocasião, Pestana ouviu dos presentes o desejo de lançar candidato próprio ao governo.
 
O PSDB propõe ao PMDB uma aliança que prevê a discussão de propostas em torno do programa de governo para o estado, além de vaga na chapa majoritária e na composição do governo. 
 
“Declaração Infeliz”
“Nós vamos defender a candidatura do Clésio a governador. O Antônio Andrade era ministro, está desatualizado das atividades do partido. A declaração dele de apoio ao PT é errada”, disse o presidente do PMDB de Belo Horizonte, deputado Leonardo Quintão. “Foi uma declaração infeliz dizer que o PMDB não tem nomes para a disputa”. 
 
Segundo Quintão, a candidatura própria é uma aspiração legítima do PMDB, uma vez que 84% dos delegados querem lançar um candidato a governador. Quintão ainda avaliou que PSDB e PT estão empatados na enquete feita pela sigla sobre quem é o aliado preferencial para a composição de uma chapa. Ele admitiu que a decisão pode ser antecipada, a exemplo da prévia feita pelo PMDB-RS que votou pelo rompimento com a presidente Dilma. “Caso os apressados queiram antecipar a convenção, aceitamos, para tomar essa decisão o mais breve possível”. 
 
Minas quer influenciar decisão nacional
O vice-presidente da República e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer (SP), garantiu aos deputados mineiros que não será contrário à decisão que o diretório estadual tomar nessas eleições. “A posição de Minas vai decidir a convenção nacional do PMDB”, arrisca Leonardo Quintão. 
 
Relator do novo Código de Mineração, Quintão teve sua indicação ao cargo patrocinada pelo líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). O gesto foi considerado como uma afronta de Cunha à presidente Dilma, pois Quintão chegou a coletar assinaturas para criar a CPI da Petrobras. 
 
Para tucano, jogo eleitoral ainda não começou
O presidente do PSDB em Minas, Marcus Pestana, buscou uma frase atribuída ao ex-atacante Didi, jogador do Botafogo e da seleção brasileira de 1958, para justificar a tranquilidade dos tucanos em relação à primeira pesquisa Ibope deste ano, que mostra o presidenciável Aécio Neves em segundo lugar nas intenções de voto. A presidente Dilma Rousseff (PT) seria reeleita em primeiro turno. “Está totalmente dentro das nossas expectativas. O jogo não começou ainda. Como alguém já disse antes, treino é treino e jogo é jogo”, assinalou.
 
Divulgada na quinta-feira, a pesquisa mostra um quadro de estabilidade: Dilma (PT), candidata à reeleição, que tem 43% das intenções de voto, o mesmo índice registrado na pesquisa anterior, em novembro de 2013. Aécio Neves (PSDB) passou de 14% para 15%, e Eduardo Campos (PSB) se manteve com 7%. 
 
“A presidente Dilma tem o monopólio da palavra na mídia, só ela tem 100% de conhecimento. Aécio e Eduardo são conhecidos por menos de 30% dos entrevistados”, acentuou. Segundo ele, a presidente petista tem a máquina governamental nas mãos, mesmo assim 57% não têm disposição de votar nela e 64% querem mudanças não superficiais. “Isso indica grande dificuldade de ela crescer na campanha. A tendência é diminuir”. 
 
Pestana avalia a propaganda eleitoral em rádio e televisão, que começará em 15 de agosto, como “a única coisa que sensibiliza a população”. Ele adiantou que a partir do dia 8 de abril será veiculada a mensagem da pré-campanha do PSDB, em 40 comerciais de 30 segundos e um programa de dez minutos que irá ao ar no dia 17 de abril. 
 
Tornar-se conhecido pelo eleitor brasileiro é o desafio número um do senador Aécio, segundo o parlamentar. Ele citou que a tradição tucana de fazer boa gestão pública só Minas conhece. “Piauí, Maranhão e outros estados não conhecem os resultados obtidos pelas sucessivas administrações do PSDB em nosso estado”.
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