O deputado federal Domingos Dutra (SDD-MA) disse nesta segunda-feira (14), que acha difícil o PT conseguir abandonar o candidato do PMDB ao governo do Maranhão. Dutra, que até poucos dias atrás trabalhava para viabilizar a Rede Sustentabilidade e acabou se filiando ao Partido da Solidariedade, deixou o PT há duas semanas após anos de desgaste por discordar da aliança entre o partido e a sigla do senador José Sarney (AP). "Não acredito que o PT deixará a família Sarney na chuva", comentou. Em sua avaliação, o PMDB local é "dependente" da imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e não aceitará a debandada do palanque. "Se isso acontecer vou dar três gritos, três pulos e três assobios para São Longuinho", ironizou.
Com o apoio do ex-presidente Lula, a presidente Dilma Rousseff e a cúpula do PT acertaram na última semana que apoiarão a candidatura de Flávio Dino (PCdoB) à sucessão de Roseana Sarney. Após uma aliança de 11 anos, os petistas concluíram que é preciso investir numa candidatura forte, já que o escolhido dos Sarney, o secretário estadual de Infraestrutura Luís Fernando Silva, não está bem posicionado nas pesquisas eleitorais.
"Torço muito por isso, mas não acredito que isso ocorra", disse Dutra. O ex-petista conta que a aliança com o PMDB no Maranhão tem feito o partido "sangrar em praça pública" no Estado com a saída de militantes históricos da legenda. "O PT não tem chances de eleger nenhum deputado estadual ou federal lá", avaliou.
A divergência com a família Sarney fez com que Dutra também declinasse de integrar a Rede da ex-senadora Marina Silva. O deputado encaminhou uma carta à sigla em formação onde se mostra insatisfeito com a aproximação da coligação PSB-Rede com a deputada estadual Eliziane Gama (PPS), suposta aliada do clã peemedebista e apontada como candidata à sucessão estadual. "Neste momento estou cuidando do Solidariedade. Não tenho condições de cuidar de dois partidos", desconversou.
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