Rebaixamento da Petrobras por agência é falta de conhecimento, diz Dilma

Agência Estado
25/02/2015 às 12:57.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:08

(Elza Fiúza)

A presidenta Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira (25) que o rebaixamento da nota da Petrobras pela agência de classificação de risco Moody's demonstra “falta de conhecimento” sobre a empresa e que a estatal vai se recuperar “sem grandes consequências”.

“É uma falta de conhecimento do que está acontecendo na Petrobras. Agora, não tenho dúvida de que é uma empresa com grande capacidade de se recuperar disso, sem grandes consequências”, disse a presidenta em entrevista após participar de cerimônia de entrega de casas do Programa Minha Casa, Minha Vida, em Feira de Santana (BA).

A Moody's rebaixou a nota da Petrobras da BAA3 para BA2, com isso, a estatal perde o grau de investimento e passa para o grau especulativo. Isso indica ao mercado que investir na petrolífera brasileira passou a ser uma operação de risco.

“O governo sempre vai tentar evitar o rebaixamento, isso é absolutamente natural, lamentamos que não tenha tido correspondência por parte da agência, mas acho que isso está superado”, acrescentou.

 

Áudio

As ações da Petrobras despencaram quase 8% após agência Moody’s rebaixar nota de crédito da estatal. As justificativas são o endividamento e as investigações da Lava Jato. Isso significa que o mercado identifica, a partir de agora, que há maiores chances de a empresa não honrar suas dívidas. O economista Ricardo Couto comenta o assunto:

 

Ajustes

Ao defender as medidas de ajuste fiscal promovidas pela equipe econômica neste segundo mandato, a presidente disse que promove "algumas correções", "como uma mãe, como uma dona de casa" faz com o orçamento doméstico. "Precisamos fazer ajustes e faço ajuste no meu governo como a dona de casa faz na casa dela", disse. Dilma defendeu a necessidade dos ajustes que, segundo ela, são feitos para melhorar e focar os programas sociais, "garantindo oportunidades".


"Essas correções dizem respeito ao fato que para o Brasil é muito importante focar os programas sociais. Fazer com que se beneficiem só quem precisa deles", disse a presidente, que garantiu que a mudança de rota não paralisará os programas sociais do governo. Sobre o Minha Casa Minha Vida, por exemplo, a presidente garantiu que as moradias da terceira fase do programa serão melhores do que as que são entregues hoje.


'Novo ciclo'

A presidente tratou as medidas como ajustes que propiciarão a retomada de "um novo ciclo de desenvolvimento econômico para gerar mais emprego, mais renda e fazer com que o Brasil continue a crescer de forma acelerada". As viagens da presidente Dilma pelo Brasil são parte de uma estratégia para a retomada de sua popularidade. Para uma plateia formada por muitos beneficiários do Minha Casa, Minha Vida, Dilma explicou as medidas impopulares.

"Eu tenho coragem suficiente para fazer as mudanças que são necessárias. Só tenho o compromisso com a população e a cidadania desse pais, com o povo pobre desse País". Dilma prometeu ainda a implantação do programa Mais Especialidades, outra promessa de campanha.

A entrega de 920 casas do Minha Casa, Minha Vida é o primeiro ato da campanha positiva que o Palácio do Planalto tenta implantar para recuperar a popularidade de Dilma. Além da visita à Bahia, Dilma já tem marcada uma viagem ao Rio de Janeiro no próximo domingo, 1º de março, onde participa de comemorações pelos 450 anos da cidade.
http://www.estadao.com.br

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