A adesão de Minas ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) foi homologada pelo Governo Federal nesta segunda-feira (6). A medida foi tomada para garantir o pagamento da dívida de cerca de R$ 165 bilhões do Estado com a União. A vigência do plano vai até 31 de dezembro de 2033. Agora, o Executivo estadual aguarda a sanção do Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados (Propag), que pode resolver o problema da dívida.
Minas já havia recebido o aval para aderir ao RRF pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em agosto de 2024. O regime foi criado com o intuito de socorrer estados endividados, permitindo o pagamento da dívida com o Governo Federal em parcelas com valores reduzidos.
Conforme o Governo de Minas, a dívida já está sendo paga nos termos do RRF desde outubro de 2024. Foram pagos R$ 286,7 milhões em outubro, R$ 291,7 milhões em novembro, R$ 296,2 milhões em dezembro e R$ 303,7 milhões neste mês.
Zema disse que aguarda a sanção do Propag, que visa acabar com os juros cobrados atualmente. "A partir do Propag se inicia uma nova etapa de negociação com o Governo Federal para a adesão. Será um ano de muita conversa com a Assembleia Legislativa e a União para conseguirmos migrar do RRF para o Propag. Acreditamos que o Propag traz melhores condições e dará um fôlego maior para que o Estado tenha mais recursos para investir em áreas como infraestrutura, saúde, educação e segurança".
O que é o Propag?
A criação do programa foi aprovada em dezembro do ano passado. A medida prevê juros menores e parcelamento do saldo em até 30 anos. Todos os 72 senadores presentes votaram a favor. O texto aguarda sanção do presidente Lula.
As dívidas estaduais somam atualmente mais de R$ 765 bilhões — a maior parte, cerca de 90%, diz respeito a quatro estados: Goiás, Minas, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Apresentado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), o projeto já havia sido aprovado pelo Senado em agosto e foi aprovado pela Câmara dos Deputados. Como sofreu mudanças, o texto retornou para nova votação no Senado.
Conforme o projeto, os estados terão até 31 de dezembro de 2025 para solicitar adesão ao Propag. Essa foi uma sugestão da Câmara acatada pelo relator no Senado. O prazo anterior era de 120 dias a partir da publicação da lei.
Como entrada da renegociação, os estados poderão quitar de imediato parte das atuais dívidas transferindo para o poder da União bens móveis ou imóveis, participações societárias em empresas, créditos com o setor privado, créditos inscritos na Dívida Ativa da Fazenda Estadual, dentre outros ativos.
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