(Flávio Tavares/Hoje em Dia/Arquivo)
Receosos com a gestão de suas finanças devido à troca de governo, representantes dos quatro maiores fundos de pensão do Estado se reuniram nesta segunda-feira (29) com o porta-voz da equipe de transição da nova administração, o advogado Marco Antônio Rezende, para cobrar a manutenção de nomes técnicos nos principais assentos das entidades. Ao todo, os fundos de pensão dos servidores públicos mineiros possuem um patrimônio de R$ 15,9 bilhões, que incluem diversos imóveis e aplicações. Com a mudança de governo a partir do dia 1º de janeiro, abre a possibilidade de troca no comando das cúpulas das entidades. Dessa forma, o temor é o de que possa haver uma tendência favorável às nomeações com perfil político, como ocorreu com o Postalis, fundo de pensão dos Correios, loteado por políticos ligados ao PMDB, após a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. “Com a posse do governador eleito, é possível trocar os gestores das diretorias e dos conselhos. Se porventura isso acontecer, defendemos a indicação de especialistas. A saúde financeira dos fundos vai muito bem, não temos notícias de escândalos por aqui como os que acompanhamos pela imprensa no caso do Postalis”, adverte Vanderlei Toledo, diretor da Fundação Forluminas de Seguridade Social (Forluz), ligada a Cemig e suas coligadas. Neste ano, o Postalis, um dos maiores fundos de pensão do país, teve o nome relacionado em transações temerárias. Em uma delas, perdeu quase R$ 200 milhões após investir em títulos na Argentina. Em outra, apostou R$ 300 milhões em compras suspeitas de imóveis, sendo uma delas com a participação de uma empresa de fachada da Nova Zelândia. Em 2013, o Postalis apresentou um rombo de R$ 1 bilhão, resultado de investimentos em instituições financeiras que faliram. Além da Forluz, participaram do encontro representantes da Fundação BDMG de Seguridade Social, da Fundação Libertas - que representa Copasa, Prodemge, MGS, Cohab, Codemig, Instituto Mineiro de Agropecuária, pensionistas da extinta Minas Caixa e do DERMINAS - e dos funcionários do Departamento de Estradas e Rodagem de Minas Gerais (DER-MG). Rezende sinalizou ser favorável às indicações técnicas e se comprometeu em levar a demanda ao governador. PRB ganha pasta de Esportes em Minas Gerais, no governo federal e em São Paulo O PRB deve conquistar a secretaria de Esportes no governo de Fernando Pimentel (PT), assim como ocorreu no governo federal, em que o partido ganhou a mesma pasta. O anúncio da equipe regional deve ser feito hoje. No plano nacional, a nomeação do mineiro George Hilton (PRB) foi alvo de críticas por organizações ligadas ao setor. Atualmente, a pasta estadual de Esportes está unida com a de Turismo, que terá como secretário o deputado estadual Luiz Tadeu Leite (PMDB). Com o desmembramento das duas secretarias, o deputado estadual Carlos Henrique (PRB) é o mais cotado para comandar o Esportes em Minas. Ex-vereador de Belo Horizonte por três mandatos consecutivos e reeleito para outro mandato na Assembleia Legislativa de Minas, Henrique é pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, assim como o deputado federal George Hilton. Apesar da inexpressiva atuação na área esportiva, o PRB vem ganhando espaço no setor. Em São Paulo, a legenda emplacou o vereador Jean Madeira, que também é pastor da Universal, na secretaria de Esportes no governo do tucano Geraldo Alckmin. Após o anúncio dos principais colaboradores, Pimentel vai concentrar na negociação dos cargos de segundo escalão. Juiz em BH absolve dono da Delta Por falta de provas, a Justiça em Belo Horizonte absolveu o empresário Fernando Cavendish, dono da Construtora Delta, de denúncia de uso de documento falso. Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), Cavendish praticou o crime para habilitar a Delta em processo licitatório promovido pelo DER-MG para execução de obras na avenida Cristiano Machado. Pivô do escândalo que envolveu o bicheiro Carlinhos Cachoeira, o senador cassado Demóstenes Torres e o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), a Delta acabou sendo inabilitada do procedimento licitatório da capital mineira. Responsável pelo julgamento, o juiz Areclides José do Pinho Rezende, da 10ª Vara Criminal de BH entendeu que não se pode presumir a autoria com base no conceito da teoria do domínio do fato. Em depoimento por meio de carta precatória, Cavendish declarou que não tinha condições de averiguar toda documentação porque a Delta participava de 30 a 40 processos licitatórios a cada mês. A defesa do empresário é feita em Minas pelo criminalista Antônio Velloso Neto.