Resultado da comissão do impeachment será lido hoje na Câmara

Estadão Conteúdo
12/04/2016 às 08:39.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:54
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

(Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O resultado da comissão especial do impeachment, que aprovou o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO) favorável à abertura do processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff, deve ser lido no plenário da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (12) e publicado no "Diário Oficial da Câmara" na quarta-feira (13). A expectativa é de que a votação no plenário da Câmara comece na próxima sexta-feira (15) e leve três dias, terminando no domingo (17). Para ser aprovado e seguir para o Senado, instância à qual cabe julgar a denúncia, são necessários os votos de 342 dos 513 deputados.

Clima tenso

A tensão no dia da aprovação do relatório a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff começou bem antes do início da sessão da Comissão Especial da Câmara, se agravou durante o confronto entre o relator Jovair Arantes (PTB-GO) e o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, e chegou ao auge na hora de os deputados registrarem seus votos. Um duelo entre oposição e situação misturou palavras de ordem contra e a favor do governo, ao fim da sessão que durou dez horas.

Quando foi anunciado o resultado, no plenário lotado e abafado, deputados oposicionistas, que sempre demonstraram certeza de vitória, subiram em cima das cadeiras para registrar o telão com o resultado final.

"Cadê a mulher?", gritou a deputada Moema Gramacho (PT-BA) quando o único deputado do PMB, Partido da Mulher Brasileira, Welliton Prado (MG), anunciou o voto a favor do impeachment. Um dos vice-líderes do governo, Silvio Costa (PT do B-PE) bradava contra o vice-presidente Michel Temer: "Ele ficará conhecido como o maior traidor da história do País". A oposição reagiu com ironia. "O dia já vem raiando, meu bem, a Dilma está indo embora", cantaram os deputados eufóricos.

Jovair e Cardozo se encararam várias vezes. "Esse relatório é a demonstração de que não há crime de responsabilidade", disse o ministro. O relator havia apontado, minutos antes, operações "capciosas" na política fiscal de Dilma. "Os atos ocorreram com conhecimento e anuência da denunciada", afirmou Jovair.

A primeira briga do dia aconteceu antes das 10h, quando a sessão nem sequer havia começado. O motivo foi a fila para registro da presença. De um lado, estavam os deputados Carlos Marun (PMDB-MS) e Vitor Valim (PMDB-CE), favoráveis ao impeachment, e de outro, Orlando Silva (PC do B-SP) e Hildo Rocha (PMDB-MA), aliados da presidente. "Vocês não respeitam nem a fila, não vão respeitar o Brasil. Comunista é que é golpista", protestou Marun dirigindo-se a Orlando Silva. "Comunista graças a Deus", respondeu o deputado paulista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
http://www.estadao.com.br

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