Reunião para definir adiamento da CPMI do Cachoeira termina sem acordo

Mariana Jungmann - Agência Brasil
30/10/2012 às 22:02.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:43

(Roosevelt Pinheiro/Agência Brasil)

BRASÍLIA - Terminou sem acordo entre os líderes partidários a reunião para definir o futuro da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira. Os parlamentares de oposição buscam assinaturas para um requerimento que pede o adiamento do prazo para o fim das investigações da CPMI por mais 180 dias. Para isso, eles precisam de 27 assinaturas no Senado, já conseguidas, e mais 171 na Câmara, que ainda não estão completas.

Na quarta-feira (31), os membros da CPMI vão se reunir em reunião administrativa. Os líderes de oposição pretendem apresentar um requerimento para tentar aprovar a prorrogação do prazo. “Não tivemos consenso entre os líderes. Existe um grupo que quer quebrar os sigilos das empresas laranjas da Delta e outro grupo que não quer quebrar esse sigilo e encerrar a investigação”, disse o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), um dos favoráveis ao adiamento do prazo.

O relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), no entanto, não acredita na aprovação de requerimentos na quarta. Segundo ele, os membros da comissão não podem aprovar sozinhos o adiamento dela, apenas o Congresso Nacional por meio das assinaturas mínimas necessárias. Segundo ele, começarão a ser colhidas assinaturas para dois requerimentos: um que pede a prorrogação por 180 dias e outro que pede por 48 dias.

“O plenário da CPMI não tem prerrogativa de determinar sobre a prorrogação. São as assinaturas de todo o Congresso Nacional que vão determinar se haverá prorrogação da CPMI”, disse Odair Cunha.

Ele defende o prazo de 48 dias, que iria coincidir com o fim do ano legislativo e início do recesso parlamentar. Para o relator, esse prazo é suficiente para compilar o que já foi investigado até aqui e apresentar um relatório “bom e contundente”. “Eu não recuso e não reclamo tempo para o relatório. É necessário um prazo de 48 dias. Quem diz que a CPMI não trabalhou é porque não quis trabalhar”, disse.

A CPMI do Cachoeira investiga as relações do empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados a partir de inquéritos da Polícia Federal. Cachoeira é acusado de comandar uma quadrilha que controlava o jogo do bicho no estado de Goiás e atuava por meio de diversas empresas fantasmas para fraudar licitações públicas. As relações dele com a Construtora Delta, que tem contratos com o governo federal e diversos governos estaduais também estão sendo investigadas.

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