(Eugênio Moraes)
O ex-prefeito de São Gonçalo do Pará (Centro-Oeste) Ângelo Roncalli (PR) deixou uma dívida estimada em R$4,6 milhões para seu sucessor. Depois de dois mandatos, o presidente da Associação Mineira dos Municípios (AMM) não conseguiu colocar em prática a responsabilidade fiscal pregada por ele aos mais de 600 prefeitos que representa.
Além do rombo, computadores, documentos e até uma máquina fotográfica, avaliada em R$2 mil, desapareceram da prefeitura. O prefeito eleito, Toninho André (PDT), contratou uma auditoria para mapear a situação da administração.
Segundo Leonardo Junqueira, um dos representantes da equipe de transição de governo, o déficit contabilizado, até agora, é de R$1,6 milhão. Outros R$3 milhões são referentes ao não pagamento de INSS dos servidores. “Os R$3 milhões de INSS se arrastam há anos e as administrações anteriores não tiveram a preocupação com o recolhimento do tributo”, explicou o assessor.
Ainda de acordo com ele, o “déficit administrativo” de R$1,6 milhão, calculado até agora, é referente a dívidas com fornecedores e à folha de pagamento de dezembro dos funcionários públicos.
O prefeito eleito Toninho alegou que vai precisar de pelo menos três meses para organizar a prefeitura. A cidade de São Gonçalo do Pará possui pouco mais de 10 mil habitantes. Na última terça-feira (8), o pedetista passou o dia reunido com servidores.
Justiça
Caso documentos referentes a convênios e contratos da prefeitura não sejam recuperados, o novo prefeito corre o risco de ter as contas rejeitadas pela Justiça. Por isso, a nova administração não descarta a possibilidade de entrar com algum tipo de ação contra Roncalli.
“Estamos aguardando o resultado final da auditoria. Parece que tem muita coisa faltando. Se isso realmente ocorrer e vermos que pode prejudicar o sucessor, a prefeitura não descarta a possibilidade de acionar a Justiça”, declarou Junqueira.
Segundo o assessor, os serviços básicos da prefeitura, como coleta de lixo, não foram interrompidos. O prefeito pretende substituir os funcionários ligados à antiga administração, mas sem promover o que ele chamou de “caça às bruxas”.