“Sou a única possibilidade de Minas ter uma representante mulher em um cargo majoritário”, dispara a candidata ao Senado pelo Psol, Sara Azevedo. A paraense radicada em Belo Horizonte há mais de 12 anos se apresenta como opção para os mineiros que querem se ver representados na Casa máxima do Congresso Nacional. E diz que, se eleita, terá como bandeiras o combate à fome, considerado prioridade pela professora, investimentos e defesa das mulheres, homossexuais e negros.

Há outras duas mulheres na disputa pelo Senado em Minas, mas Sara é a única que aparece nas pesquisas de intenção de voto. Ela foi a sexta candidata entrevistada pelo jornalista Carlos Lindenberg no “Gestores de Hoje em Dia – Eleições 2022”, nesta terça-feira (19). 

Professora de educação física na rede estadual de ensino, Sara define o Psol como o partido da liberdade, que abre espaço para as “minorias” para defenderem seus ideais e lutarem por um país mais justo.

“O Psol sempre foi o partido que dava liberdade e abertura para jovens, mulheres e homossexuais. Somos o partido que mais cresce no país, trazendo o vigor da juventude, mas sem esquecer a história”, destaca.

Há 15 anos na legenda, ela diz que o partido não pode ser classificado simplesmente como radical de esquerda. É muito mais do que isso. “Na verdade, a radicalidade do Psol tem a ver com pegar os problemas pela raiz. É buscar a essência dos problemas para ter solução na base. A resolução não pode ser feita somente com um passar de pano por cima. Ela precisa ser construída desde a sua essência para poder ter de fato as transformações no nosso país”, afirma.

Sara Azevedo faz parte da chapa encabeçada pela professora Lorene Figueiredo (Psol), que disputa o governo de Minas, e apoia o ex-presidente Lula (PT) na disputa presidencial.

Arrecadação
O combate à fome é apontado pela candidata como prioridade e, para que o governo tenha recursos para combater a miséria e investir no social, Sara ressalta que é preciso aumentar a arrecadação. Para isso, propõe taxar as grandes fortunas e heranças.

“Sem isso, a gente não consegue ter arrecadação no tempo de crise. A primeira pauta nossa tem que ser resolver os problemas sociais oriundos desse período de crise e de pandemia, que se agravou nos últimos quatro anos. São 52% da população mineira passando fome, segundo algumas pesquisas”, aponta a candidata.

A proposta, segundo Sara, é uma bandeira histórica do partido, e está parada desde 2008 no Congresso. Sara Azevedo cobra a aprovação da pauta.

A candidata defende também a ampliação do Auxílio Brasil e políticas de assistência social. Para a professora, a opção adotada pelo atual governo é “eleitoreira”.

Educação
Aos 37 anos – a mais jovem na disputa pelo Senado – e homossexual, Sara Azevedo nega a existência de uma “ideologia de gênero” nas escolas, como é pregado por movimentos da direita e conservadores. Segundo ela, é importante que crianças e adolescentes tenham acesso a informações como forma de combater violências e preconceitos contra mulheres e homossexuais.

“Ideologia de gênero não existe. Não está em nenhum livro didático, em nenhum livro escolar, foi um factoide construído para dizer que nas escolas existe doutrinação de esquerda. E isso não existe! É o mesmo que discutir se a terra é plana”, destaca.

A candidata alerta para o fato de que a maioria das violências que as crianças sofrem, inclusive a sexual, acontece dentro de casa. Por isso, acrescenta a professora, é preciso prepará-las. “É no ambiente escolar que as crianças têm um espaço de sociabilidade e podem entender a relação do seu corpo com este espaço. Discutir gênero significa garantia de cidadania, de acolhimento e evita questões sérias de violência que nós temos no país”.

*Com Hermano Chiodi e Jader Xavier
Veja a entrevista completa no canal do YouTube do Hoje em Dia

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