O secretário da Fazenda de Minas Gerais, José Afonso Bicalho, negou ter assinado cinco cheques de R$ 100 mil para o patrocínio de um evento de ciclismo. O responsável pela gestão da economia mineira prestou depoimento nesta quarta-feira no Fórum Lafayette, sobre o processo do mensalão tucano. Segundo a denúncia, esse dinheiro foi repassado pelo Bemge, do qual Bicalho foi presidente entre 1995 e 1997.
"Fiquei pasmo como afirmaram que os cheques foram assinados por mim. O que houve foi um pedido (feito pelo governo mineiro à época) que achamos que fazia sentido", afirmou à juíza Melissa Pinheiro Giovanardi. Bicalho reconheceu que assinou apenas a autorização para o pagamento de uma das parcelas, de R$ 100 mil.
Segundo a defesa, o então presidente do Bemge apenas autorizou o pagamento da cota de patrocínio após se reunir com o comitê de comunicação do banco. Ele afirma não ter acompanhado os trâmites operacionais, imaginando até que o dinheiro seria feito em depósito.
Denúncia do Ministério Público aponta que o dinheiro foi repassado posteriormente à campanha de Eduardo Azeredo (PSDB) ao Governo de Minas, em 1998. Oficialmente, a verba seria usada para patrocinar o evento Iron Biker, realizado em 1998.