Seis em cada dez pessoas acham que corrupção vai piorar com fim da prisão em segunda instância

Da Redação
Publicado em 14/11/2019 às 19:05.Atualizado em 05/09/2021 às 22:42.
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
(Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

A maioria da população brasileira — 61,4% de uma amostragem de 2.640 pessoas — acredita que a corrupção vai aumentar no Brasil após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que proibiu a prisão em segunda instância. Os dados fazem parte de um levantamento feito pelo Paraná Pesquisas, divulgado nesta quinta (14), que ouviu pessoas de todas as regiões do país entre os dias 11 e 13 deste mês.

No último dia 8, a Suprema Corte mudou o entendimento que vigorava desde 2016 sobre o tema, proibindo que pessoas sejam detidas por condenações antes do trânsito em julgado, ou seja, antes de que tenham se esgotados todos os recursos. Foi por essa medida que o ex-presidente Luíz Inácio Lula da Silva (PT) foi solto da cadeia após ter ficado detido por 580 dias no caso do triplex do Guarujá (SP).

A pesquisa mostrou também que apenas 7,2% dos entrevistados acredita que haverá diminuição da corrupção com a decisão. Para 27,2%, a mudança não impactará na corrupção, que deve permanecer como está. Outros 4,2% não souberam ou não quiseram responder à pergunta. Foram ouvidas 2.640 pessoas.

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Os números indicam uma correlação entre a escolaridade e o pessimismo com a medida. Enquanto 60,4% dos brasileiros com até o ensino fundamental acham que a mudança trará aumento de crimes de colarinho branco, 65,2% da população com ensino superior pensa da mesma maneira.

Outro recorte que indica mudança de entendimento é por gênero. Mais pessimistas, 66% dos homens acreditam em aumento da corrupção com a nova jurisprudência. Entre as mulheres, são 57,2% as que veem a medida como facilitadora deste tipo de crime.

Importância

O Paraná Pesquisas mapeou também o quanto as pessoas, em geral, acreditam que a decisão que limita as prisões somente em caso de trânsito em julgado têm impacto na vida delas. Para 51,8% dos brasileiros, a decisão é importante, sendo que 24,6% destes acham que a decisão é muito importante. 

Já para 30,5% da população, a decisão não é importante. Outros 12,2% se disseram indiferentes com a medida, enquanto 5,5% não souberam ou não quiseram responder à pergunta.

Neste cenário, o perfil da população que considerou a medida de maior impacto na vida pessoal é a que tem ensino superior, onde 60,4% acha que anulação da prisão é importante para a vida delas. Em compensação, 37% das pessoas com escolaridade até o ensino fundamental não veem impacto da medida na vida particular.

A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o grau de confiança é de 95%.

Avaliação do fim da prisão em 2ª instância.Clique para ampliar os dados e ver com detalhes os números da pesquisa
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