"Serra tem ética seletiva", afirma Haddad

Vera Rosa e Bruno Lupion
09/10/2012 às 10:19.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:56

(Paulo Pinto/Divulgação)

Um dia depois de José Serra (PSDB) ter admitido que usará o julgamento do mensalão na campanha, o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, elevou o tom do duelo. "A ética do Serra é seletiva. Só vale para os seus adversários", reagiu.

Haddad mostrou que o segundo turno será mais agressivo e citou escândalos que pairam sobre o PSDB, como o mensalão tucano e a compra de votos para a reeleição do então presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1998. Depois de gravar nesta segunda-feira (8), ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cena de agradecimento aos eleitores para o reinício da propaganda política na TV, Haddad comemorou o apoio do PMDB e disse esperar a adesão de Celso Russomanno (PRB).

Haddad disse que já teve contato com o candidato derrotado do PRB e entende que há duas circunstâncias favoráveis para o entendimento entre eles. "A primeira é que nossas três candidaturas - a minha, a de Russomanno e a de Gabriel Chalita - sinalizaram pela mudança e adotaram um tom crítico à atual administração. E a segunda é o fato de pertencermos à mesma base de sustentação do governo federal".

O petista disse que mantém as críticas feitas a Russomanno na campanha de primeiro turno, como a de que ele não tinha plano de governo, que a tarifa de ônibus proporcional aumentaria o preço da passagem e que a eleição dele seria um salto no escuro. "Fiz uma crítica à ideia e mantenho essa crítica. Não acredito nessa tese da tarifa proporcional. Essa proposta traria prejuízo à população mais pobre da cidade e não retiro o que disse. Eu mantive sempre um debate em torno de ideias. Nunca desdenhei da pessoa dele".

O candidato esclareceu que a aliança com o PRB no plano federal passa longe da questão religiosa, quando perguntado se vai buscar o voto dos evangélicos da Igreja Universal. "Jamais trataria do assunto nesses termos. Sou filho de imigrante libanês, que sofreu na pele esse tipo de confusão entre religião e política."

Quanto ao uso do mensalão que o candidato do PSDB, José Serra, fará na campanha, Haddad respondeu que "a ética do Serra é seletiva". "Só vale para seus adversários. Aos amigos, tudo. Aos inimigos, a lei. Ela não vale para dentro, só vale para fora. Porque, caso contrário, ele faria menção ao mensalão tucano, que é anterior, é a matriz, e está para ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal na sequência desse processo. Ele mencionaria a suspeita de corrupção em torno da gestão do prefeito Gilberto Kassab."

Quando perguntado a que denúncia ele se refere, diz sobre o processo que o secretário de Saúde, Januário Montone, responde por desvios de recursos da merenda escolar. "O vice de Serra, ex-secretário da Educação (Alexandre Schneider), é réu em processo de improbidade administrativa por contratação sem licitação. O Hussain Aref, que Serra nomeou, adquiriu mais de cem imóveis com um salário de servidor público. O secretário do Meio Ambiente (Eduardo Jorge) é réu, junto com o prefeito, num processo que o Ministério Público encaminhou sobre o contrato com a Controlar", enumera ainda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
http://www.estadao.com.br

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