A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou pela condenação de oito dos dez réus acusados pela Procuradoria Geral da República de lavagem de dinheiro nos núcleos financeiro e publicitário no processo do mensalão. O empresário Marcos Valério e seus sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach foram condenados juntamente com os dirigentes do Banco Rural, Simone Vasconcelos, Kátia Rabello e José Roberto Salgado. A ex-vice-presidente do Banco Rural, Ayana Tenório, foi a única absolvida por unanimidade. Os ministros entenderam que a ex-dirigente da instituição não participou do esquema e não tinha ciência das operações ilícitas que aconteciam. Já a ex-funcionária a agência de publicidade de Marcos Valério, Geiza Dias, foi absolvida por sete votos a três. A decisão acerca de Geiza provocou divergências entre os ministros que questionavam os beijos enviados por ela nas ordens de saques do esquema do mensalão enviadas ao Banco Rural. O ex-diretor e atual vice-presidente do Banco Rural, Vinícius Samarane, e o advogado ligado às empresas de Marcos Valério, Rogério Tolentino, foram condenados por oito votos a dois. O revisor Ricardo Lewandowski votou pela absolvição dos dois réus. Já o ministro Dias Toffoli defendeu a inocência de Rogério Tolentino quanto à acusação de lavagem de dinheiro e o ministro Marco Aurélio Mello votou pela absolvição de Samarane. Com a sessão desta quinta-feira (13), o STF concluiu a votação sobre o terceiro dos sete itens a serem analisados no processo do mensalão. O próximo tópico, que deve ser votado a partir da próxima semana, será sobre a denúncia de corrupção por parte dos partidos políticos Agilidade Das 23 sessões do julgamento do mensalão, esta foi a primeira reunião em que os ministros não fizeram intervalo para o lanche. Os integrantes da corte optaram por tocar a sessão sem pausas para tentar acelerar a análise do esquema que inclui 37 suspeitos de envolvimento no esquema de compra de votos no Congresso. Rosa Weber A ministra Rosa Weber aproveitou a sessão sobre lavagem de dinheiro para retomar seu voto sobre a mesma acusação referente ao deputado federal João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, e o ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato. A ministra votou pela absolvição de Cunha por entender que o crime cometido foi corrupção, mas condenou Pizzolato. Confira o placar: a) Kátia Rabello: 10 votos pela condenação b) José Roberto Salgado: 10 votos pela condenação c) Ayanna Tenório: 10 votos pela absolvição d) Vinícius Samarane: 8 votos a 2 pela condenação (Divergência: Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello) e) Marcos Valério: 10 votos pela condenação f) Ramon Hollerbach: 10 votos pela condenação g) Cristiano Paz: 10 votos pela condenação h) Rogério Tolentino: 8 votos a 2 pela condenação (Divergência: Ricardo Lewandowski e Antonio Dias Toffoli) i) Simone Vasconcelos: 10 votos pela condenação j) Geiza Dias: 7 votos pela condenação a 3 pela abolvição (Divergência: Joaquim Barbosa, Luiz Fux e Marco Aurélio Mello)