O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Carlos Ayres Britto, abriu na tarde desta quinta-feira (27) a 29ª sessão de julgamento do processo do mensalão. Após os votos do relator e do revisor da ação, respectivamente, Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski, os demais ministros do STF começam a julgar a quarta fatia do julgamento. A etapa trata de crimes como corrupção passiva e de lavagem de dinheiro cometido por políticos e dirigentes partidários.
A ministra Rosa Weber é a primeira a votar. Por ser um dos itens mais extensos do processo, é provável que a Corte só encerre essa parte na próxima semana. É possível que antes do início do voto de Rosa o relator se pronuncie sobre o voto dado pelo revisor.
Nesta fatia são julgados 23 réus pelos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. Nesse grupo está o chamado núcleo político do suposto esquema de compra de apoio político, integrado pelo ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro Delúbio Soares. Por decisão do relator, ministro Joaquim Barbosa, serão julgados primeiro os políticos que teriam recebido dinheiro pelo esquema e só depois será avaliado o envolvimento dos petistas.
Na sessão de quarta-feira (26), Ricardo Lewandowski concluiu seu voto e afirmou não haver provas de compra de apoio político na Câmara pelo governo Lula. Em seu entendimento, trata-se de um esquema de caixa 2 de campanha. Ao avaliar recebimento de recursos por pessoas ligadas ao PP, PL (atual PR), PTB e PMDB, o ministro condenou nove réus e absolveu quatro. Já o relator, ministro Joaquim Barbosa, condenou 12 réus e absolveu apenas um.
Ambos votaram pela condenação do delator do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson, pelo crime de corrupção passiva. Mas, diferentemente de Barbosa, Lewandowski o absolveu da acusação de lavagem de dinheiro. A divergência de avaliação entre os dois gerou novas discussões na sessão de quarta.