Como se não bastasse a derrota na disputa eleitoral, candidatos a vereador em Belo Horizonte demonstram total descaso com a cidade e não retiram os materiais de campanha das ruas. Passados mais de três meses da eleição, ainda é possível encontrar pelas ruas e avenidas da capital mineira parte do que foi utilizado durante o processo eleitoral.
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Mesmo sem mandato, todos devem retirar o material de campanha. De acordo com o artigo 88 da resolução 23.370, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), “todos os candidatos, eleitos e não eleitos, partidos e coligações têm a obrigação de retirar toda a propaganda eleitoral das ruas em até 30 dias após a data da eleição”. E isto não é respeitado por alguns na capital mineira.
“Após as eleições os candidatos estão preocupados com outras questões e esquecem as propagandas. Contudo, sabemos que a retirada do material reflete a preocupação com a cidade e a sua população”, afirmou a titular da Secretaria Judiciária do TRE, Bárbara Marotta.
Os “sujões” estão sujeitos a punições, de acordo com o entendimento dos juízes eleitorais. A mais comum é a aplicação de multa, que pode ser elevada em caso de reincidência.
Suplentes
Entre os que possuem materiais ‘esquecidos’ pelas ruas da capital está André Alves (PHS), um dos que mais espalharam cartazes e cavaletes. Suplente do partido, ele teve quase quatro mil votos e foi multado por propaganda irregular durante a campanha. Na rua Jacuí, uma das principais da cidade, é possível encontrar restos de sua campanha.
Ramon Bibiano (PTC) tem material espalhado na região Noroeste de Belo Horizonte. No bairro Padre Eustáquio, um muro está pintado com o nome e número dele. O candidato, que também é suplente, fez questão de destacar o apoio ao prefeito Marcio Lacerda (PSB).
O mais curioso, neste caso, é o muro que fica do outro lado da rua Senhora das Graças. No espaço, o ex-vereador Rui Resende, candidato pela última vez em 2004, tem o nome estampado até hoje. Eleito pelo PSDB, ele deixou a política em 2008.
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