Temer aumenta salários e alivia dívida por apoio para reformas, diz revista

Estadão Conteúdo
18/08/2016 às 17:33.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:26
 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

(Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A revista britânica The Economist que chega neste fim de semana às bancas diz que o presidente em exercício, Michel Temer, conseguiu renovar os ânimos na economia "apenas por não ser a senhora Rousseff". A publicação, no entanto, afirma também que o governo interino aumentou os gastos e aliviou dívidas dos Estados. "Assessores dizem que essa generosidade vai comprar apoio político para as reformas fiscais", diz a reportagem.

A reportagem da publicação sobre o Brasil intitulada "O único caminho é para cima" diz que a recessão continua no país, mas que a economia começa a dar alguns sinais de reação. "O mercado tem melhorado desde que ele assumiu o comando. Mais pró-negócios que a presidente de esquerda e mais astuto em lidar com o Congresso, o senhor Temer promete reformas para aumentar a confiança", diz a revista.

A publicação destaca o esforço reformista do presidente em exercício, mas aponta para uma contradição: o relaxamento das condições fiscais. "O senhor Temer quer alterar a Constituição para congelar os gastos do governo em termos reais e para reformar as pensões generosas demais. Até agora, porém, ele aumentou gastos", diz a revista, ao lembrar que o rombo fiscal previsto pelo governo interino é maior que o previsto por Dilma Rousseff e que o governo Temer aumentou os salários dos servidores públicos e também aliviou a dívida de Estados.

"Assessores do senhor Temer dizem que essa generosidade vai agora comprar apoio político para as reformas fiscais uma vez que a senhora Rousseff for afastada do cargo. Os mercados acreditam nisso e o custo do seguro contra calote dos títulos do governo caiu. Mas esses aplausos acabarão a não ser que o senhor Temer consiga superar esse elevado desafio que ele colocou para si e para o país", diz a revista.

Enquanto a economia espera a execução das reformas, a publicação cita alguns sinais incipientes de reação da atividade como o aumento de 18% na importação de bens de capital, aumento da produção industrial pelo quarto mês seguido, queda dos estoques e estabilização no movimento nas estradas. Apesar desses sinais, a reportagem diz que "a economia ainda não está em boa forma". O texto nota que indicadores como o desemprego devem piorar ainda mais nos próximos meses e investidores têm demonstrado cautela como, por exemplo, no leilão frustrado da Celg.Leia maisCandidato do PMDB em Belo Horizonte descarta participação de Temer em campanhaTemer viaja ao Rio para tentar reduzir críticas sobre ausência em encerramentoDilma diz que não tem 'nenhum temor' da conduta dos senadores durante sua defesa
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