Com a aceleração do desmoronamento da base aliada de seu governo no Brasil durante viagem oficial à Alemanha, o presidente Michel Temer disse neste sábado (8) que está "tranquilíssimo" para voltar ao País. Ele deu a declaração a jornalistas pela manhã quando saía do hotel em que está hospedado, em Hamburgo, para participar do último dia de eventos oficiais da cúpula de líderes do G-20, grupo das 20 economias mais ricas do globo. Junto com a palavra, o presidente fez sinal de positivo com as duas mãos.
Ao deixar o Le Meridien, ele foi questionado sobre sua estratégia de atuação ao retornar ao País hoje diante da acentuação da crise política. "Vou continuar trabalhando pelo País, fazendo a economia crescer, como está crescendo, sem nenhum problema, e fazendo com que todos fiquem em paz", afirmou.
Na noite de sexta-feira, 7, Temer disse que confia na lealdade do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que se tornou uma aposta para substituir o peemedebista caso ele seja afastado do cargo. Também cumprindo agenda oficial fora do País, Maia - o primeiro da linha sucessória da Presidência da República - afirmou na Argentina que será sempre correto com Temer. Na quinta-feira, o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse que o País "caminha para a ingovernabilidade" na gestão Temer e afirmou que o deputado fluminense pode dar estabilidade ao País até 2018 e fazer a "travessia" do governo.
Em Hamburgo, o presidente disse que não tem por que duvidar da lealdade de Maia. "Acredito plenamente, ele só me dá provas de lealdade", afirmou Temer. O presidente disse ainda que está tranquilo com a posição do PSDB sobre o governo e que tem "zero" de preocupação com uma debandada da legenda tucana do governo. O peemedebista afirmou que conversou com os quatro ministros do PSDB. "Me ligaram todos, me explicaram que a fala do Tasso não condiz com aquilo que pensa a maioria do PSDB", afirmou o presidente.
Temer cumpre agenda apenas na parte da manhã no G-20 e já embarca de volta ao Brasil antes do fechamento do evento em Hamburgo. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, continua a representar o Brasil na cúpula até o fechamento da edição da reunião anual alemã.