A primeira reunião da nova legislatura (2025-2028) da Câmara Municipal de Belo Horizonte, nesta segunda-feira (3), já proporcionou o primeiro embate entre vereadores. E não foi devido a projetos de lei. A troca de farpas foi pelo uso do pronome neutro "todes".
Mulher trans e quilombola, a vereadora Jhulia Santos (Psol) iniciou a fala citando orixás e incluiu "todos, todas e todes" no discurso que fez no Plenário Amintas de Barros, que está lotado de assessores, familiares e servidores.
"Hoje começamos a cumprir um de nossos compromissos, que é vocalizar aqueles e aquelas que, historicamente, são colocados à margem da sociedade de Belo Horizonte. Uso este espaço para pedir à Mesa que não deturpe ou fuja da principal função do Parlamento, que é de pensar, discurtir, fiscalizar e efetivar políticas públicas que confluam para a melhoria de todas, todos, e todes".
Na sequência, o vereador Pablo Almeida (PL) iniciou o discurso criticando o uso da linguagem neutra e emendou ressaltando a ligação com a igreja.
"Boa tarde a todos, porque todes não existe. Gostaria de dizer que é uma alegria e uma satisfação estar aqui nesta Casa, sempre sonhei com este momento. E gostaria de iniciar com uma frase: 'não há um centímetro quadrado, em toda extensão da criação, que Cristo, que é soberano sobre tudo e sobre todos, não clame é meu' (...). Meu mandato vai dar voz aos princípios e valores cristãos que pavimentaram nossa sociedade", ressaltou.
Os trabalhos esta tarde estão sendo conduzidos pelo vereador Juliano Lopes (Podemos), eleito presidente da Mesa Diretora em 1º de janeiro. Além dele, foram eleitos Fernanda Pereira Altoé (Novo) como 1ª vice-presidente, Flávia Borja (PP) como 2ª vice-presidente, Pablo Almeida (PL) como secretário-geral, Wagner Ferreira (PV) como 1º secretário e Wanderley Porto (PRD) como 2º secretário.
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