Trabalho na Câmara Municipal esbarra em Copa e 21 candidatos

Amália Goulart - Hoje em Dia
03/02/2014 às 07:57.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:45
 (CMBH/Divulgação)

(CMBH/Divulgação)

Em ano de Copa do Mundo e de eleição, 21 dos 41 vereadores de Belo Horizonte devem se candidatar a uma cadeira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais ou à Câmara dos Deputados, segundo levantamento feito pelo Hoje em Dia. O número representa 51,2% da Casa. Neste mesmo ano, chegam à Câmara de Belo Horizonte projetos tidos como importantes como o “Nova BH”, operação urbana consorciada do Barreiro e alterações na lei de parcelamento, uso e ocupação do solo, todos de autoria do Executivo.    Uma campanha eleitoral pressupõe ir às ruas, manter infinitas reuniões, enfim, se debruçar para tentar vencer. São quase três meses de corpo a corpo (campanha oficial). Mas as articulações já começam agora, com candidatos com a cabeça voltada para as coligações e estratégias de marketing.    Concomitantemente, teremos um ano de Copa do Mundo. E Copa no Brasil, com jogos em Belo Horizonte. Isto, em junho e julho. Quem não vai assistir aos jogos? E os trabalhos na Câmara Municipal? O Hoje em Dia constatou que 21 vereadores devem se candidatar. Eles serão candidatos, mas permanecem nos cargos.    O vice-presidente da Casa, vereador Wellington Magalhães (PTN), é sincero. “Com esse tanto de candidato a agenda vai estar prejudicada mesmo”, afirmou. Ele deve se lançar a um cargo de deputado estadual. “Ou sairei candidato ou vou lançar minha irmã, Arlete Magalhães”, disse.    Para o vereador Ronaldo Gontijo (PPS), possível candidato a deputado estadual, para que a Casa não pare é preciso consciência por parte dos parlamentares. “No ano passado não tivemos Copa nem eleição e foi difícil. As sessões ficaram esvaziadas. Advogo que situações externas não devem atingir os trabalhos na Câmara”, disse.    Bruno Miranda (PDT), que é secretário municipal, retorna à Câmara e acredita que o andamento dos trabalhos dependerá do comprometimento de cada parlamentar, mas admite que eles podem ficar prejudicados. “É um ano atípico e ainda tem uma Copa no meio do calendário. Tudo vai depender do comprometimento que cada um terá”, disse.    Miranda e o vereador Daniel Nepomuceno, também integrante do primeiro escalão da Prefeitura, voltam à Câmara antes de abril, prazo para a desincompatibilização. Mas os dois devem ser candidatos a uma cadeira na Assembleia. Nos bastidores, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) teria avaliado o desempenho dos vereadores como apagado. Miranda disse que teria que deixar a pasta até abril, porém, sairá antes. “(Minha saída) é uma questão de ajuste interno da prefeitura”, resumiu.   Entre 40 mil votos e os projetos do Executivo   Os vereadores da capital mineira terão que correr atrás de cerca de 30 a 40 mil votos neste ano, caso queiram se eleger, e ainda se debruçar nos trabalhos legislativos: são ao menos três projetos prioritários do Executivo municipal e 800 dos próprios parlamentares na pauta.   Eles voltam do recesso hoje, com sessão plenária na pauta. Para o Executivo, as prioridades serão os projetos “Nova BH”, alterações na lei de uso e ocupação do solo e operação urbana consorciada do Barreiro. O “Nova BH” deve ser analisado em dois turnos ainda neste semestre, na previsão mais otimista.    O prefeito Marcio Lacerda (PSB) deseja ver aprovadas mudanças que propiciem ao município ter mais terrenos para construção de apartamentos populares.  Além disso, os parlamentares têm os próprios projetos para serem votados. “Temos um elenco grande de projetos de vereadores, mais de 800. Temos que ter consciência de que é importante votar nossos projetos”, protestou Ronaldo Gontijo.   No campo eleitoral, os candidatos a deputado de legendas de médio porte calculam que precisarão de 30 a 40 mil votos para se elegerem.

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