Tucano diz que país é "cemitério de obras paradas"

João Alberto Pedrini, Enviado especial - Folhapress
Publicado em 28/11/2013 às 18:48.Atualizado em 20/11/2021 às 14:26.

ARARAQUARA - O ex-governador José Serra (PSDB) disse nesta quinta-feira (28) que o Brasil é "um verdadeiro cemitério de obras paradas" e que o programa Mais Médicos é mais publicitário do que uma solução para os problemas da saúde.

As críticas ao governo federal foram feitas durante palestra promovida pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) em Araraquara (273 km de São Paulo).

O tucano citou como exemplo os problemas e a lentidão das obras de transposição do rio São Francisco.

"[O governo] Tem uma enorme capacidade de transformar facilidade em dificuldade. Um talento incrível em matéria de gestão, uma coisa inusitada. O que está fácil, complica. Vocês veem aí investimentos federais em rodovias, ferrovias, metrô, transposição do São Francisco. O Brasil é um verdadeiro cemitério de obras paradas, andando lentamente."

Falando a empresários e políticos da região de Ribeirão Preto, Serra disse ainda que o Brasil está vivendo o fim de um ciclo de desenvolvimento, que teve início no começo da década passada e que se estendeu até 2011.

Afirmou também que o crescimento econômico incentivado pelo consumo, com baixos investimentos públicos e privados, é insustentável no médio e longo prazo, porque não houve uma política que favorecesse a indústria brasileira.

"Esse consumo foi alimentado por importações que não se somaram a produção doméstica. Eles [produtos importados] substituíram as mercadorias internas e nós assistimos a um período de desindustrialização, que foi sufocada. Perdemos competitividade. A indústria batalha para se manter, a carga tributária é alta e os custos são enormes, com energia, logística."

Mais Médicos

O ex-governador de São Paulo disse ainda que os médicos cubanos contratados pelo programa Mais Médicos, do governo federal, são "paramédicos e tecnólogos", e que a solução encontrada não resolve os problemas porque falta estrutura.

De acordo com ele, o programa tem função mais publicitária do que de solução sobre os problemas da saúde.

"O envio de médicos para a periferia do país de forma isolada não resolve", disse.

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