O rombo de R$ 2,4 milhões na Câmara Municipal de Montes Claros, no Norte de Minas, que veio à tona há cerca de uma semana, teve mais um capítulo nessa quinta-feira (21), quando foi aprovado por 16 x 6 um projeto proposto pelo presidente da casa, vereador Júnior Martins, que corta o salário dos servidores em 25% em novembro e dezembro, além do vale alimentação, em torno de R$ 700.
Os trabalhadores que tinham férias programadas para o mês que vem (salvo os servidores que já receberam o adicional correspondente a um terço) tiveram que suspender o descanso. Além disso, o projeto determina outras economias, como a redução de despesas com carros oficiais.
De acordo com Júnior, a planilha também envolveu setores como contabilidade e RH. O objetivo é que até 31 de dezembro o caixa esteja em ordem.
A Câmara conta com 63 servidores terceirizados. Além deles, até 14 de novembro eram 31 servidores efetivos e 19 na esfera administrativa. Dos 19, 15 foram exonerados. Nesta soma não estão incluídos os funcionários de gabinete que vão de 3 a 19 servidores, com vencimentos diferenciados. Excetuando os servidores que ganham salário mínimo, todos os outros serão afetados com a medida e vão receber o décimo terceiro com base no salário de dezembro.
No mesmo projeto, a proposta de redução do salário dos vereadores tem um percentual menor, de 10% , o que deixou indignados a maioria dos servidores.
Salários exorbitantes
Documentos apontam que os salários na casa legislativa vão de mínimo até R$ 49 mil, acima do teto de R$ 34 mil e maior que o salário de vereadores, que é de R$ 19 mil. Questionado, o vereador Júnior Martins justificou dizendo que existem servidores antigos na casa, que chegaram hoje a esse patamar. Sobre a CLI , o vereador destacou que vai indicar os nomes e tudo será feito conforme o regimento. Quanto a origem do rombo, Junior disse que “é prematuro afirmar alguma coisa antes de apurar. Vamos deixar primeiro que aconteçam os procedimentos instaurados pela casa, como a CLI e a auditoria , que será feita pela Unimontes”.
Confira a Resolução na íntegra: