
DAVOS (Suíça) - O presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini, declarou nesta sexta-feira (24) em Davos que as políticas monetárias dos países mais ricos estão descoordenadas, o que evita uma retirada total de capitais nos mercados emergentes.
Os bancos centrais das economias mais ricas (o Fed norte-americano, o Banco do Japão, o Banco Central Europeu e o Banco da Inglaterra) adotaram nos últimos anos políticas monetárias muito flexíveis e generosas, com baixas taxas de juros, para apoiar o crédito e a recuperação econômica.
A consequência desta política foi um fluxo em massa de capitais em direção aos países emergentes, entre eles o Brasil.
Desde que o Fed anunciou em maio do ano passado que reduziria seu plano de estímulo à economia, o que se tornou efetivo no fim de 2013, ocorreram fortes retiradas de capitais dos mercados emergentes.
No entanto, o Banco do Japão e o BCE ainda não começaram a endurecer sua política monetária.
As estratégias "de saída (destas políticas monetárias flexíveis) não estão sincronizadas, o que é bom de certo ponto de vista", disse Tombini.
O governador acrescentou que, "desta forma, não temos uma retirada em massa de recursos, que seriam atraídos para o mundo desenvolvido".
"Mas, por outro lado, isto pode provocar uma maior volatilidade das taxas de câmbio", declarou Tombini no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.