JERUSALEM - Os israelenses prestarão neste domingo (12) uma última homenagem ao seu ex-primeiro-ministro Ariel Sharon, um dos fundadores do Estado de Israel que inspirou, ao mesmo tempo, admiração e repugnância, e cuja morte após oito anos em coma provocou reações emotivas em todo o país. Sharon, considerado um herói militar em seu país, reconhecido no exterior como um político pragmático, mas odiado como um criminoso de guerra pelos palestinos e pelo mundo árabe, foi uma personalidade que despertou sentimentos contraditórios. No entanto, os israelenses de todas as tendências reconhecem que o militar e político de 85 anos foi um personagem chave na história do país. Sua morte no sábado (11) deixou o presidente Shimon Peres como o único sobrevivente entre os pais fundadores do Estado hebreu. Antes de seu funeral, previsto para segunda-feira, o corpo de Sharon será exibido no Knesset (Parlamento unicameral) entre 10 e as 16 horas GMT (8 e 14 horas de Brasília), para permitir que o público preste uma última homenagem ao ex-líder, anunciou o gabinete do primeiro-ministro. Seu caixão saiu da base militar de Tzrifin em direção a Jerusalém na manhã deste domingo, onde é esperada a chegada de Shimon Peres para colocar uma coroa de flores, antes da chegada do público. Na tarde de segunda-feira será enterrado em sua fazenda no deserto de Neguev (sul) após uma cerimônia militar. Sharon estava em coma desde 4 de janeiro de 2006 devido a um derrame cerebral. Líderes de todo o mundo enviaram mensagens de condolências e na segunda-feira é esperada a chegada do vice-presidente Joe Biden, que representará os Estados Unidos em uma cerimônia especial no Knesset. Também anunciaram sua presença o ministro das Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, o primeiro-ministro tcheco, Jiri Rusnok, e o emissário do Quarteto para o Oriente Médio, Tony Blair, assim como diplomatas de Espanha, Rússia e Canadá.