Por aliança, PSB quer candidatura de Alckmin em 2018

Estadão Conteúdo
Publicado em 13/11/2016 às 20:21.Atualizado em 15/11/2021 às 21:38.

Apesar do discurso de que a prioridade no momento é ajudar o atual governo a tirar o País da crise, integrantes da cúpula nacional do PSB trabalham de olho no fortalecimento da legenda e em uma possível aliança nacional com o PSDB em 2018.

A ideia tem como pano de fundo se mostrar competitivo na próxima eleição presidencial e dessa forma ter protagonismo tanto disputa eleitoral como num futuro governo federal. 

Nas discussões preliminares, o PSB planeja atrelar o apoio a uma candidatura do PSDB à Presidência da República à aliança com os tucanos para a disputa ao governo de São Paulo. O "sonho de consumo" dos socialistas é ter o governador Geraldo Alckmin como puxador de votos para o vice-governador, Márcio França (PSB), que deverá se candidatar ao governo estadual em 2018. 

"Nosso projeto seguro hoje é, além de reeleger os governadores atuais, ter São Paulo como prioridade", afirmou o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. "O próprio Márcio é defensor de uma relação nacional com o PSDB em 2018", afirmou o secretário-geral da legenda, José Renato Casagrande. 

O dirigente ressalta que a posição defendida por Márcio França será discutida internamente. "O Márcio tem uma boa relação com o PSDB de São Paulo e projeta nacionalmente essa boa relação. Isso será debatido internamente, primeiro na Executiva, depois no Diretório Nacional, até chegar ao congresso do partido. Não tem nada de anormal essa posição dele", disse Casagrande. A avaliação é compartilhada pelo governador de Pernambuco, Paulo Câmara, herdeiro político de Eduardo Campos, morto em acidente aéreo durante a última eleição presidencial. "Primeiro temos que discutir as nossas pautas. E em havendo confluências de opiniões e de caminhos é possível discutir com outros partidos", disse Câmara.

Resistência

O senador Aécio Neves, também candidato potencial do PSDB à Presidência, encontra resistência por parte da cúpula do PSB. As relações ficaram estremecidas durante as eleições municipais. Os socialistas se ressentem de os tucanos terem lançado candidato em Recife, onde o atual prefeito, Geraldo Júlio (PSB), faz parte do grupo político de Eduardo Campos. Outro ponto de atrito foi em Minas Gerais, onde o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), foi escanteado na disputa e rompeu com Aécio.

Também não está nos planos da cúpula do PSB apoiar um nome do atual governo. "Temer já disse que não será candidato a presidente e a prioridade do PSB é fortalecer nosso projeto. O partido não tem compromisso eleitoral com o presidente Temer, tem compromisso de colaborar com a transição", afirmou o secretário-geral do PSB. 

Em relação ao atual governo, restam inclusive críticas de falta de diálogo nas decisões na área econômica. "O governo Temer dialogou mais com o Congresso do que com os governadores e prefeitos, neste momento inicial, o que é ruim", disse o governador de Pernambuco, Paulo Câmara. 

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