As incertezas quanto ao volume de café que será colhido na safra de 2014 continuam mantendo as expectativas de alta do grão. Entre 17 de setembro e nessa sexta-feira (17), o preço subiu quase 15%, saltando de R$ 419,53 para R$ 493,18.
De acordo com o sócio da Carvalhaes Corretores de Café, Sérgio Carvalhaes, o governo deve estudar medidas de extensão do crédito para o produtor cafeeiro, sob pena de alguns cultivadores não conseguirem se beneficiar com a alta e serem penalizados pela seca que puxa para cima o valor do grão.
“Em setembro, o mercado começou a ter uma melhor noção de qual será o volume real da safra, menor do que a prevista inicialmente devido à falta de chuva. Por isso os preços subiram tanto”, explica.
Segundo Carvalhaes, no ano passado o setor estimava uma supersafra, com quase 60 milhões de sacas de 60 quilos. A forte seca de janeiro, no entanto, fez com que os frutos não crescessem, reduzindo a previsão e encarecendo o grão no mercado.
A atual previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é a de que a produção nacional em 2014 gire em torno de 45 milhões de sacas.
O especialista explica que se o preço aumentar no curto prazo para pagamento à vista, o produtor será beneficiado.
No entanto, caso o valor se mantenha estável e não compense a colheita menor, os problemas começarão a aparecer.
“Os produtores têm financiamentos que vencem todos os meses. O Ministério da Agricultura deve começar a pensar em soluções de socorro ao produtor imediatamente”, afirma. Do contrário, ele diz que quem terá vantagens é o atravessador.
Outro problema citado por Carvalhaes é o fato de a produção prevista para 2014 ser menor do que o consumo nacional. “Haverá um déficit de sete a oito milhões de sacas”, afirma.
De acordo com o relatório Internacional de Tendências do Café, elaborado pelo Bureau de Inteligência Competitiva do Café, da Universidade Federal de Lavras (Ufla), o consumo do grão pelos brasileiros cresce cerca de 5% ao ano.
Minas Gerais
Responsável por mais de 50% da produção nacional, Minas registrou baixas ocorrências pluviométricas em 2014. Como consequência, a expectativa da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) é de uma queda de até 40% na colheita de 2014, no confronto com 2013.
“Temos que lembrar que 2013 já foi um ano de baixa, devido à bianualidade”, ressalta a coordenadora técnica da entidade, Aline Veloso. Segundo a Conab, a safra do ano passado no Estado foi de 26 milhões de sacas. Para 2014, a estimativa é de 22,6 milhões. “A Faemg contesta este número. Ele deve ser bem menor”, critica a coordenadora técnica.
Tensão mundial
Responsável por mais de 50% da produção nacional, Minas registrou baixas ocorrências pluviométricas em 2014. Como consequência, a expectativa da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) é de uma queda de até 40% na colheita de 2014, no confronto com 2013.
“Temos que lembrar que 2013 já foi um ano de baixa, devido à bianualidade”, ressalta a coordenadora técnica da entidade, Aline Veloso. Segundo a Conab, a safra do ano passado no Estado foi de 26 milhões de sacas. Para 2014, a estimativa é de 22,6 milhões. “A Faemg contesta este número. Ele deve ser bem menor”, critica a coordenadora técnica.
Tensão mundial
Ainda segundo o relatório, que também aponta elevação dos preços do café devido às incertezas do mercado, o cenário externo adverso contribui para a alta.
Entre os problemas, estão a seca que atinge a América Central, o surto do fungo ferrugem no Peru, que é o maior produtor de café orgânico do mundo, e a falta de mão de obra na Colômbia.