Com o esfriamento do mercado, os valores dos imóveis cederam e perderam a corrida para a inflação em 2015. De acordo com o Índice FipeZAP, enquanto o dragão avançou mais de 10%, os preços de casas e apartamentos anunciados em Belo Horizonte ficaram no zero a zero.
“Ou seja, houve uma queda real dos preços dos imóveis, tanto na capital mineira quanto em várias outras cidades”, afirma o economista da Fipe, Bruno Oliveira.
Bom para o comprador, que teve ampliado o poder de escolha e barganha. “Hoje ele é o dono da decisão. E há boas oportunidades. Tem construtoras, por exemplo, que estão oferecendo até 30% de desconto para novos e seminovos, já que alguns compradores tiveram dificuldade para pagar o apartamento e se viram obrigados a devolvê-lo”, diz o presidente da Lar Imóveis, Luiz Rodrigues.
Segundo ele, o volume de negócios da empresa caiu 25% em 2015, ante 2014. “Em presas pequenas amargaram um resultado ainda pior”, afirma Rodrigues, que acredita em estabilidade de preços neste ano e retomada do ciclo de aumento em 2017, com a redução da oferta.
Na opinião do diretor da unidade franqueada da RE/MAX Class do bairro Funcionários, Marcelo Lopes, as vendas continuarão em ritmo lento neste primeiro semestre do ano. “Os negócios estão acontecendo no tempo do comprador. Não adianta pressioná-lo. E é aconselhável que ele fique atento aos verdadeiros valores dos imóveis”, diz o empresário.
O presidente da Associação dos Mutuários de Minas Gerais, Sílvio Saldanha, desaconselha o endividamento para aquisição da casa própria no momento de incerteza no mercado de trabalho. “Só vale mesmo a pena se a pessoa for trocar uma dívida por outra, como deixar de pagar o aluguel para pagar a prestação no valor equivalente ou próximo”, adverte.