Prefeitos angustiados pelas dívidas herdadas e a falta de dinheiro

Do Hoje em Dia
20/01/2013 às 07:33.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:48

É grande a lista de municípios mineiros que se encontram em estado de emergência financeira e administrativa. Belo Oriente, Bom Despacho, Coroaci, Diamantina, Manga, Santa Margarida, São João da Ponte e Uberaba aparecem nessa lista, numa rápida pesquisa nos jornais. A razão alegada pelos novos prefeitos é sempre a situação encontrada por eles ao assumirem o cargo no dia 1º de janeiro.

Alguns, como o prefeito de Bom Despacho, Fernando Cabral, usam seus blogs pessoais para justificar o decreto. Diz que o objetivo da medida é “restabelecer o equilíbrio financeiro e o respeito aos princípios e normas que regem a Administração Pública”. E aponta várias irregularidades, entre as quais: não há informações sobre a situação orçamentária e financeira da prefeitura; a frota de veículos está sucateada; existem restos a pagar de mais de R$ 1,7 milhão e menos de R$ 180 mil em caixa; o município não pode assinar convênio e nem receber repasse de dinheiro do governo federal, porque se acha bloqueado pela Secretaria do Tesouro Nacional por irregularidade nos convênios da administração anterior.

Notícias sobre outras prefeituras publicadas nos últimos dias descrevem situação parecida ou ainda pior.

Em Diamantina, até o tradicional Carnaval está ameaçado por falta de verba. O novo prefeito descobriu que as dívidas da prefeitura somam cerca de R$ 5 milhões, o pagamento dos funcionários está atrasado e só encontrou R$ 300 mil em caixa.

Em São João da Ponte, o prefeito Sidnei Pereira Alves, verificou dívidas de R$ 40 milhões, dos quais R$ 4 milhões com a Cemig e R$ 10 milhões com a Copasa. Inacreditável, num município com apenas 30 mil habitantes.
Em Uberaba, o maior problema é a epidemia de dengue provocada por falta de investimentos na prevenção.

Há prefeituras que ainda não decretaram situação de emergência, mas cujos prefeitos se vêm obrigados a suspenderem investimentos. É o caso de Araguari, onde a dívida municipal acumulada nos últimos anos chega a R$ 78 milhões.

O que sobressai dessas narrativas é a denúncia de má administração feita pelos adversários políticos dos atuais prefeitos. E o que se espera é que eles, nos próximos quatro anos, demonstrem que podem fazer melhor.

Pois é possível, como comprovam, por exemplo, os depoimentos dos atuais prefeitos de Coronel Fabriciano e de Nazareno, que afirmam ter encontrado suas prefeituras em perfeita ordem e com dinheiro para investimentos neste ano.

 

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