SÃO PAULO - Um pregador saudita foi condenado a oito anos de prisão e a 800 chicotadas pelo estupro e assassinato de sua filha de 5 anos, um crime que horrorizou a Arábia Saudita em dezembro de 2012, informou o advogado da mãe da vítima. Fayhan al Gamdi deverá, além disso, pagar à ex-esposa e mãe da menina uma indenização de um milhão de riales (270.000 dólares). O advogado Turki al Rashid informou que sua cliente havia pedido a pena de morte para o marido e, posteriormente, uma compensação de dez milhões de riales, antes de aceitar um milhão. "Estamos muito decepcionados. Deveriam tê-lo condenado à morte ou à prisão perpétua para servir como exemplo", declarou a militante de direitos humanos Aziza al Yusef. Suad al Shamari, uma das fundadoras da rede liberal na Arábia Saudita, denunciou uma pena extremamente leve, provavelmente porque o culpado é um religioso. Al Gamdi costumava pregar na televisão com frequência. O pregador bateu na filha com bastões e cabos elétricos, esmagando-lhe o crânio. O governo adotou em agosto passado uma legislação contra a violência familiar que ainda não entrou em vigor, uma novidade nesse país ultraconservador.