SANTIAGO - O presidente chileno, Sebastián Piñera, inaugurou nesta quarta-feira (23) um polêmico memorial para as vítimas do terremoto que atingiu o centro e o sul do Chile em 27 de fevereiro de 2010. A obra fica em Concepción (500 km ao sul de Santiago), cidade mais atingida pelo terremoto seguido de tsunami que deixou mais de 500 mortos, e possui oito torres de 23 metros de altura.
A obra ainda não está totalmente concluída, o que suscitou críticas da oposição, que acusa Piñera de fazer da inauguração um evento eleitoral para as eleições presidenciais de 17 de novembro. "Não há razão alguma para o adiantamento da inauguração que não seja tirar proveito politicamente", criticou Osvaldo Andrade, presidente do Partido Socialista.
Michelle Bachelet, favorita nas pesquisas de intenção de voto, era a presidente do Chile quando o terremoto sacudiu grande parte do país. O governo de Piñera -que assumiu dez dias depois do tremor - acusa a sua administração de ter administrado mal a crise, por ter ignorado um alerta de tsunami, que acabou sendo confirmado.
A justiça investiga as responsabilidades, mas já absolveu a ex-presidente, por considerar que ela descartou o alerta com base em informações técnicas equivocadas que não tinha como verificar. "O que queremos fazer com este memorial é muito mais do que manter presentes em nossa memória os 551 compatriotas que perderam suas vidas. O que queremos fazer é mantê-los vivos também em nossos corações", disse Piñera no ato.
Foram convidados para a cerimônia os nove candidatos à Presidência, mas compareceram apenas Evelyn Matthei, candidata da direita governista e segunda nas pesquisas de intenção de voto, e Ricardo Israel, representante do Partido Regionalista.
O monumento começou a ser erguido em 2010 e custou quatro milhões de dólares.