O presidente mundial da Volkswagen, Martin Winterkorn, renunciou nesta quarta-feira (23) ao cargo, informou o jornal britânico "The Guardian". As ações da empresa, que fecharam com quedas ao redor de 20% na segunda e na terça, tinham alta de 5,77% às 12h12 (horário de Brasília).
A montadora está envolvida em um escândalo mundial por ter utilizado um dispositivo para fraudar os resultados dos controles de dados de emissões de poluentes propositalmente. Nessa terça-feira, a empresa admitiu que o dispositivo foi instalado em 11 milhões de veículos em todo o mundo, em várias marcas de seus automóveis.
Segundo Agência de Proteção Ambiental (EPA) norte-americana, o software fazia com que os motores a diesel de carros como o Golf e o Jetta parecessem menos prejudiciais ao meio ambiente do que de fato são.
A montadora alemã anunciou que reservou 6,5 bilhões de euros no terceiro trimestre para enfrentar as potenciais consequências do escândalo, revelado nos Estados Unidos. A empresa também irá cortar sua meta de lucro.
Governo
O Ministério dos Transportes da Alemanha negou nesta quarta-feira (23) que tinha conhecimento sobre a tecnologia usada pela Volkswagen, apesar de reconhecer que sabia de uma diferença entre testes e emissões nas ruas.
Membros do Partido Verde questionaram o governo sobre a discrepância entre as emissões no ambiente de teste e durante a condução normal.
O Ministério dos Transportes, respondendo em nome do governo, reconheceu em um comunicado que estava ciente do problema e que estava buscando regras mais rígidas. A resposta não reconheceu, no entanto, qualquer manipulação deliberada. "Não havia nenhum conhecimento do Ministério dos Transportes sobre o uso de tecnologia de controle de emissões", disse um porta-voz do ministério.