O setor de máquinas e equipamentos no país projeta um faturamento, este ano, 12% menor que o de 2013. Desde 2010, a maior parte das empresas do setor opera com apenas um turno e atingiu, no mês passado, um nível médio de ociosidade de 24%. Embora as exportações tenham reagido, sobretudo pela demanda oriunda dos Estados Unidos, a avaliação é a de que o setor estagnou em patamar bem abaixo da média histórica, tanto em faturamento como em consumo aparente, e uma recuperação é esperada apenas para meados de 2015.

Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Segundo a regional da entidade em Minas Gerais, a situação no Estado não é menos preocupante.

“Estamos recebendo consultas de empresas do setor pedindo orientações sobre quais medidas podem ser tomadas para freiar a produção, como reduzir jornada de trabalho, férias coletivas, e o chamado lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho)”, disse o diretor da regional, Marcelo Veneroso.

Em Minas Gerais, os setores de mineração e siderurgia respondem por 50% da demanda. Desde 2008, quando a crise começou a contaminar o ambiente econômico, a mineraçaõ reduziu a demanda em quase 40%, e a siderurgia, em até 90%, segundo Marcelo Botelho, diretor da Abimaq em Minas Gerais.

Ligeiro crescimento

O faturamento da indústria brasileira de máquinas e equipamentos foi de R$ 6,1 bilhões em junho, um ligeiro crescimento de 1,4% sobre o mês anterior, mas uma retraçaõ de 13,6% na comparação com igual mês de 2013. No semestre, o resultado foi de R$ 34,9 bilhões, equivalentes a queda de 13,2% sobre o mesmo período do ano passado.

As exportações, motivadas pela recuperação da economia dos Estados Unidos e da Europa, bateram recorde histórico no primeiro semestre. Foram R$ 6,6 bilhões, montante 19,8% superior ao dos mesmos seis meses de 2013.

“Para estes mercados a exportação aumentou porque foi retomada a demanda (em função da vota do crescimento das economias dos dois blocos)”, disse Mário Bernadini, assessor econômico e diretor de competitividade da Abimaq.

Indústrias cortam vagas

Dados nacionais apontam redução no pessoal empregado pelo setor de máquinas e equipamentos desde 2011, quando eram 260,699 mil trabalhadores, para 249.826 de junho deste ano.

No primeiro semestre de 2014, a retração apurada no pessoal empregado foi 2,2% sobre 2013. O contingente empregado pelo setor voltou a níveis abaixo do verificado em 2011.
 

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