Após dispensa da testemunha Jaílson de Oliveira, por parte da promotoria pública, a segunda pessoa a prestar depoimento é Célia Aparecida Rosa Sales, prima do goleiro e irmã de Sérgio Rosa Sales, que foi assassinado em agosto de 2012. A mulher foi dispensada de ser ouvida pela defesa do goleiro, mas os advogados de Dayanne Rodrigues mantiveram a prima do atleta como testemunha. Contudo, Célia foi ouvida como informante.
Ela informou que foi criada pela avó Dona Estela, que também criou o réu Bruno Fernandes. Os dois cresceram no mesmo terreno, já que as casas ficavam no mesmo lote, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, conforme o relato da prima do atleta.
Leia também:
• As mulher da vida do goleiro Bruno: da avó, que o criou, até a atual mulher Ingrid Calheiros
• Primas de Bruno prestam depoimento sobre morte do irmão Sérgio Sales
•"Bruno vai falar a verdade, doa a quem doer", diz mulher do goleiro
Em seguida, a defesa de Bruno, representada pelo advogado Tiago Lenoir, questionou sobre a adolescência de Bruno e o início da carreira. Segundo Célia, o atleta teria começado a trabalhar muito cedo e que "quando começou a ganhar dinheiro e passou a ajudar muita gente e, à família, não deixando faltar nada. E mesmo ganhando dinheiro continuou morando na vila", afirmou a prima do atleta.
Bruno e Dayanne, segundo a prima do goleiro, se conheceram jovens e teriam ficado casados por aproximadamente oito anos. Célia afirma que Bruno era um pai presente e exigente para os filhos de Dayanne.
O depoimento da irmã de Sérgio Rosa Sales durante a fase de inquérito policial foi lido no salão do júri. Em seguida, o advogado do goleiro, Tiago Lenoir, perguntou a ela sobre a contradição existente no depoimento prestado nesta terça-feira, no qual Célia contou que ao chegar no sítio a criança lhe foi apresentada como sendo filho de Bruno. Porém, em depoimento prestado na fase policial, consta apenas que ela ficou sabendo deste fato após o caso ser levado a público, pela imprensa.
A prima do goleiro disse que na época respondeu às perguntas "com o que deu na cabeça" e que ela estava sem advogado naquela ocasição. A mulher contou que quando chegou ao sítio de Bruno encontrou Eliza Samudio tomando sol.
Célia contou ainda que a ex-mulher Dayanne Rodrigues resolveu cozinhar um frango com quiabo e que a ex-modelo teria oferecido ajuda à ex-mulher de Bruno. Eliza também teria dito que sabia fazer polenta e ajudou Dayanne a preparar a refeição.
Entenda o caso
Eliza Samudio está desaparecida desde o dia 4 de junho de 2010, quando fez um último contato telefônico com uma amiga. Segundo a polícia, ela foi morta e teve seu corpo esquartejado. No entanto, os restos mortais da ex-modelo não foram localizados até hoje.
Acusado de homicídio triplamente quaificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver, o goleiro Bruno está sendo julgado esta semana. Segundo a acusação, o atleta seria mandante do crime. Além dele, está sendo julgada também sua ex-mulher Dayanne Rodrigues, que responde por sequestreo e cárcere privado.
O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", é acusado de matar Eliza Samudio. Ele responde pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver. O julgamento de "Bola" está marcado para ocorrer no dia 22 de abril.
O ex-policial, o goleiro Bruno e sua ex-mulher Dayanne Rodrigues tiveram o processo desmembrado durante o júri popular que ocorreu de 19 a 23 de novembro do ano passado, no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem. Na ocasião, apenas Luiz Henrique Romão, o "Macarrão", e Fernanda Gomes Castro, ex-namorada de Bruno, foram julgados. Macarrão foi sentenciado a 15 anos de prisão e Fernanda a cinco no regime aberto.
Além deles, ainda serão julgados o ex-caseiro do sítio de Bruno, Elenilson Vítor da Silva e o motorista do atleta, Wemerson Marques de Souza, o "Coxinha". Os réus respondem por sequestro e cárcere privado e devem ser julgados em 15 de maio.
Atualizada às 15h33.