Valéria Esteves
Repórter
valeria@onorte.net
(foto: Wilson Medeiros)
Produção de limão para exportação tem tido marcas interessantes no projeto Jaíba. Mesmo com a expansão das etapas do Jaíba com a chegada de grandes empresários, 150 cooperados e 13 sócios da Associação dos produtores de limão passaram a exportar limão a cada dez dias para a Europa.
No ano passado, os containers de 22 quilos do produto saíam a cada 15 dias. As expectativas em torno de melhoras são grandes, conforme relata o gerente comercial da associação, Reginaldo Nunes Saraiva; apesar de reclamar sobre a pouca condição de estrutura que as autoridades têm dado aos produtores na hora de produzir o limão. Os cooperados são, em sua maioria, agricultores familiares e necessitam de auxílio em suas lavouras.
A abertura de um porto seco em Montes Claros poderá facilitar a exportação, mas Reginaldo fala ainda que a associação tem tentado conseguir recursos para a obtenção de um certificado europeu, mas as autoridades não têm ajudado quando procuradas.
Hoje o quilo do limão tem saído ao custo de R$ 0,60, mas o preço do container fechado varia muito de acordo com a periodicidade em que vai para a Europa, 10 ou 15 dias.
PRODUTORES OTIMISTAS
O cultivo de limão se destaca como uma ótima alternativa de renda para as famílias. Os produtores que se dedicam a essa produção estão otimistas quanto às boas perspectivas de mercado.
O preço do limão esteve melhor no ano passado quando o preço mantido foi de aproximadamente R$ 1,12 o quilo por ano. Em 2005, no Jaíba, as caixas de quatro quilos e meio de limão foram comercializadas a R$ 4,20 e na versão bandeja de três quilos ao preço de R$ 3,20.
Para o engenheiro agrônomo da Emater do local, Lucas Andrade Monteiro, a cotação do limão varia de acordo com o semestre. No primeiro semestre do ano como as regiões do sul do Brasil como São Paulo estão em período de safra, a região perde em preços.
A cotação no Ceasa de Minas Gerais e na Central de abastecimento de Montes Claros o preço do limão tem se mantido em R$ 5 o saco de 20 quilos, sendo que esse preço caiu no ano passado para dois reais pago ao produtor.
Em compensação a produção do segundo semestre de 2005 pelo menos no ano passado foi boa para os produtores do Jaíba. O saco de 20 quilos chegou a custar R$ 50 na Ceasa e ao produtor chegou a R$ 20.
Segundo dados da associação, semanalmente cerca de 22,68 toneladas do produto foram exportadas, principalmente para o mercado europeu. Ainda no primeiro semestre de 2005 foram exportados 24 containers da fruta.
MANEJO DA CULTURA
Segundo a Associação, tem produtor familiar que já está conseguindo obter entre 32% e 28% de aproveitamento da produção para exportação, o que demonstra que o agricultor familiar tem se preocupado com o manejo da cultura, visando a qualidade final, o que gera uma receita diferenciada.
Dos 260 produtores familiares que se dedicam à atividade, 63 já estão em parceria com a Associação para a comercialização no mercado externo, que, segundo eles, têm conseguido manter uma boa média de preço, ficando entre R$ 10,00 e R$ 17,00 a saca de 20 Kg, durante todo o ano, o que geralmente não acontece com o mercado interno que convive com uma alta variação dos preços.
De acordo com a Emater do local, Valdir Soares Damascena, agricultor que possui 1,7 hectare de limão, desde janeiro de 2005 ele passou a comercializar somente com a associação porque tem conseguido melhores preços e obtido a garantia de que o produto não enquadrado nos padrões de qualidade de exportação será comercializado, pela própria Associação, no mercado interno, facilitando os negócios dele.
- O cultivo do limão tem se mostrado como uma ótima alternativa, em função do retorno econômico obtido: custo de produção em torno de R$ 2,00 por saca e lucro líquido em torno de R$ 10,00 por saca de 20 Kg, afirma.
Em levantamento feito pelos técnicos da Emater, os dados apresentaram, de janeiro a junho de 2005, um aumento da área plantada pelos agricultores familiares, de 8% e um aumento de produção, no mês de junho, de 18%, quando comparado com o mesmo período de 2004.
Segundo a Centraljai- Central de abastecimento de alimentos do Projeto Jaíba, onde se beneficia toda a produção para exportação, o descarte da fruta selecionada chegava a 18% e hoje está entre 3 e 5%.
Na visão do coordenador da equipe técnica, José Aloísio Nery, a Emater tem tido participação efetiva junto aos produtores, com orientações quanto a condução e manejo de suas plantações, que vai desde o planejamento da instalação da lavoura até a pós-colheita.