Pouco antes do intervalo do julgamento de Marcos Aparecido dos Santoos, o "Bola", o promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro pediu que a juíza Marixa Fabiane cassasse a palavra do advogado Ércio Quaresma. Isso porque o defensor do réu sinalizou que ainda tem perguntas para mais 12 horas de interrogatório ao delegado Edson Moreira, que é ouvido desde a tarde de quarta-feira (24) no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Segundo o representante do Ministério Público Estadual (MPE), o promotor está sendo "vingativo" e estaria demonstrando a sua insatisfação com relação à investigação conduzida pelo depoente, Edson Moreira e pediu que fosse cassada a palavra do defensor Ércio Quaresma, não da defesa do réu, ou seja. Henry Wagner foi categórico ao dizer que não concorda com a forma que o interrogatório está sendo conduzido. "Eu não vou participar mansamente de uma inquirição desrespeitosa", afirmou. Após o pedido do Ministério Público, o assistente de acusação José Arteiro, pediu à magistrada Marixa Fabiane para que fosse encerrada a oitiva do delegado aposentado. O promotor corrigiu o assistente e disse que o interrogatório deve continuar, que o direito da defesa deve ser mantido, e esclareceu que seu pedido é apenas para que o defensor Ércio Quaresma tenha a palavra vetada. Arteiro chamou o julgamento de "circo" e foi advertido pela magistrada: "Isso aqui não é circo, isso aqui é um trabalho sério". Diante do requerimento, a juíza Marixa Fabiane concedeu intervalo para o almoço e informou que vai decidir sobre o pedido quando a sessão for retomada.
Pela manhã, o advogado Ércio Quaresma e o promotor Henry Vasconcelos protagonizaram outra discussão inflamada, com ofensas e acusações. A confusão se deu porque o representante do MP entendeu que o defensor estaria dirigindo perguntas tendenciosas ao delegado Edson Moreira e antecipando os argumentos que devem ser apresentados durante o debate.