Promotor questiona Dayanne sobre amizade entre "Macarrão" e Bruno

Thais Mota - Hoje em Dia
05/03/2013 às 21:26.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:36

Após mais de duas horas de depoimento, o promotor Henry Wagner Vasconcelos iniciou o interrogatório da ex-mulher do goleiro Bruno, Dayanne Rodrigues. O representante do Ministério Público iniciou seus questionamentos se referindo a amizade de Luiz Henrique Ferreira Romão, o "Macarrão", com o ex-goleiro do Flamengo. A ré disse que os dois tinham uma relação muito forte desde a infância. Quando perguntada sobre o motivo pelo qual o ex-marido queria impedí-la de ir ao sítio, Dayanne disse que acredita que o atleta não queria que ela se encontrasse com Eliza Samudio.   O promotor, então, questionou se a ré se recordava do primeiro depoimento concedido à delegada Ana Maria dos Santos, primeira testemunha a ser ouvida neste julgamento. Dayanne contou que, na ocasião, estava acompanhada de quatro advogados. O depoimento também teria sido assistido pelo promotor Gustavo Fantini e pelo irmão da ré.    Henry Wagner seguiu perguntando sobre uma declaração do Bruno, que se referiu à Eliza como sendo "amiguinha" de Dayanne, mas a ré disse que não saberia dizer porque não entendeu o que o ex-marido disse, já que nem conhecia a ex-modelo antes do encontro no sítio. O promotor voltou a insistir e disse que o goleiro teria empurrado Dayanne para o quarto de Eliza dizendo: "Fale aí com sua amiguinha". Henry Wagner questionou novamente porque Bruno teria dito isso e se o goleiro tratava as duas da mesma maneira, mas Dayanne disse que não. Perguntada sobre o motivo pelo qual Eliza Samudio ficava só no quarto, Dayanne disse que não sabia informar.    O promotor questionou a ré sobre a noite da morte de Eliza, quando Dayanne disse que saiu no veículo New Beetle amarelo a um hospital de Contagem para levar a ex-mulher de "Macarrão", Jorgiane Tabila de Oliveira, ao médico. Segundo a ré, o automóvel era dirigido Flávio Araújo, motorista do atleta.   Porém, segundo o promotor o registro da portaria aponta que Flávio chegou ao sítio dirigindo seu Fiat Uno e que o goleiro Bruno Fernandes teria chegado cinco minutos antes da ré dirigindo o New Beetle. Dayanne ficou confusa, mas confirmou que ela, Jorgiane, Célia Aparecida Rosa Sales e Flávio estavam no New Beetle.   A ré sugeriu, ainda, que fosse anexada ao processo as imagens das câmeras de segurança do shopping onde ela teria ido após deixar o hospital, e que poderiam provar que ela estava no veículo New Beetle. A juíza Marixa Fabiane, porém, ressaltou que a fase de investigações já foi concluída.   Indagada se teria visto fogo no sítio, Dayanne disse que sentiu o cheiro de fumaça e questionou o que seriam as chamas, mas foi informada de que era lixo que estava sendo queimado.

Rian Yuri   A ré confirmou, também, que um novo nome foi dado à criança. Segundo Dayanne, na tarde do dia 9, Bruno disse que queria que o nome da criança fosse trocado para Rian Yuri, mas Eliza Samudio se negou. A ré disse, ainda, que algumas pessoas já chamavam a criança de Yuri, mas que quem tinha contato com o bebê sabia que este não era seu nome verdadeiro.   Dayanne reconheceu sua letra em uma carta enviada ao promotor Gustavo Fantini, em que ela relata que o atleta não admitia, em hipótese alguma, que seu nome tivesse sido dado ao filho que teve com Eliza Samudio. A ré admitiu que Simone Lisboa Rosa, mãe de Jorge Luiz Rosa, trabalhava como empregada doméstica à época dos fatos. Dayanne disse ainda que Simone a ajudava com as crianças.   Dayanne confirmou que houve momentos em que Bruninho não era cuidado por ela, como no período em que a ré esteve no Rio. Segundo ela, Bruninho ficou sob os cuidados do ex-caseiro José Roberto e sua mulher Gilda, que prestavam contas para Dayanne sobre como estava a criança.   O promotor Henry Wagner apresentou à Dayanne um laudo de um telefone celular que seria seu. Neste documento, há mensagens datadas de 14 de junho com o seguinte teor: "Seu filho não dorme" e "Vou esperar mais um pouco para ver se ele dorme". As mensages seriam de Jorgiane, mas Dayanne não soube dizer porque a mulher se referia a Bruninho como sendo seu filho, já que ela sabia que a criança era filha de Eliza Samudio.   No dia 30 de junho, uma outra mensagem para Dayanne dizia: "Estamos orando para que tudo dê certo para o Bruno. Beijos, tia Simone". Segundo Dayanne, Simone é irmã de Sandra Cássia Souza de Oliveira Santos, mãe do goleiro Bruno.   Dayanne confirmou que desde que aceitou tomar conta de Bruninho em Minas, não conseguiu mais falar com o goleiro Bruno. Ela contou que depois de ter sido presa, o atleta ligou para a casa da ex-sogra e disse que não dava para falar, que não poderia falar nada. Algum tempo depois, Bruno teria dito que suspeitava que seu telefone estaria grampeado.   Dayanne confirmou que, no dia 25 de junho, após muita insistência da delegada Alessandra Wilke, ela teria confessado que apenas Wemerson Marques de Souza, o "Coxinha", sabia onde estava Bruninho. O promotor questionou, porém, se a ré realmente não sabia do paradeiro da criança, já que ela teria passado na casa de Cleiton, para onde o bebê foi levado por Wemerson, pouco antes de seguir para a delegacia.   A ré confirmou ter visto o ex-policial civil, José Laureano de Assis, por duas ocasiões antes de falar com ele, no dia 25 de junho. O promotor apontou, porém, três ligações no celular de Dayanne enquanto ela se encontrava com Célia Aparecida Rosa Sales, para pegar Bruninho, na BR-040, mas ela disse não se lembrar de ter falado com mais alguém além do ex-policial.   O promotor questionou, também, uma declaração dada por Dayanne, onde ela garante que o "Macarrão" pediu que ela não dissesse a nenhum policial sobre a existência ou o paradeiro de "Bruninho". Mas ao mesmo tempo, Luiz Henrique Ferreira Romão teria colocado o ex-policial civil José Laureano de Assis, o "Zezé", em contato com ela. Dayanne não soube explicar a atitude do braço-direito de Bruno, mas garantiu não ter dito nada sobre Eliza ou a criança para o ex-policial.

Henry Wagner perguntou sobre um telefone Nextel de número 55*32*4000 e a ré confirma que foi dela. Na noite da morte de Eliza Samudio, o promotor afirmou que Dayanne recebeu uma ligação de Jorge Luiz Rosa, neste  número, às 20h57, quando o primo do goleiro estaria na região da Pampulha. A ligação durou 57 segundos, mas Dayanne informou, ainda, que só soube desta ligação por meio do promotor e disse que não se recorda sobre o que teria conversado com o adolescente.   Sobre uma carta redigida por Dayanne Rodrigues, em que a ré relatava ter sofrido tortura psicológica durante o depoimento à delegada Ana Maria dos Santos, a ex-mulher de Bruno confessou ter mentido. Segundo ela, a carta foi escrita por orientação do advogado Ércio Quaresma, mas posteriormente Dayanne negou a veracidade dos fatos contidos na correspondência.   O promotor questionoua sobre uma possível amizade de mais de 20 anos entre o advogado Ércio Quaresma e o ex-policial civil, Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola". Dayanne disse, no entanto, que soube desta relação apenas pela imprensa e que o advogado foi indicado por "Macarrão". Dayanne contou, também, que soube pela imprensa que um dos advogados que a acompanhou durante seu depoimento à delegacia teria sido ameaçado pelo defensor Ércio Quaresma.
Atualizada às 22h53

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