Psicultura como complemento de renda rural

Jornal O Norte
19/07/2006 às 11:57.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:40

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Que as vacas magras sumam do cenário do agricultor familiar. Bem, assim têm reagido à atual situação de dificuldades os piscicultores de Janaúba. Agora, com um ponto de comércio certo dentro da feira livre, que acontece todos os sábados no mercado municipal do município, os pescadores, meio produtores rurais, vendem seu pescado. Essa atividade incrementa a renda de cada sócio da associação dos pescadores.




Piscicultores mais animados com a nova atividade dão adeus


às vacas magras


O detalhe é que instruídos pelo ex-coordenador da estação de piscicultura do Gorutuba, Jackson César Rosa, os produtores aprenderam que é preciso haver planejamento para que o negócio cresça.

Hoje, é possível ver nos rios Gorutuba, na barragem do Bico da Pedra ou mesmo no rio São Francisco, nos perímetros que o rio intercepta os municípios de Manga, Januária, Pedras de Maria da Cruz entre outros, tanques-redes que servem como criatório de tilápias.

A tilápia, por sinal, já caiu no gosto dos norte-mineiros, cultura alimentar que outrora pertencia aos japoneses que têm povoado essa região aos pouquinhos.

EXPERIÊNCIA

O grupo de 14 sócios da produção de tilápias em Janaúba quer continuar produzindo e vendendo bastante peixe. Durante a semana santa desse ano, os lucros foram satisfatórios, o que rendeu a eles a compra dos equipamentos necessários à higienização do ponto de comércio, bem como todo o material que ainda faltava.

A primeira safra de tilápias tailandesas do grupo de 14 sócios de Janaúba foi em abril. Eles pretendem ampliar o criatório, que hoje conta com 10 tanques rede postos no rio Gorutuba e na barragem Bico da Pedra.

Maria Aparecida, membro do grupo, diz que nunca havia recebido orientações tão valiosas sobre como manejar um criatório e até mesmo aprender a fazer filé de peixe entre outras habilidades possíveis com o pescado. Durante o feriado da semana santa, o grupo de pescadores aproveitou para comercializar o pescado já está pronto para chegar às mãos do consumidor. Foram vendidos mais de 300 quilos de tilápias. O quilo da tilápia viva estava sendo vendido a R$ 4, sendo que o filé saía a R$ 12 o quilo.

LUCRO

Na visão de José Bonifácio Ribeiro, coordenador da associação, esse é apenas o primeiro passo, já que a venda do produto dessa safra estará sendo depositada em nome da entidade para que possa ter fundos em caixa para condicionar a próxima temporada de produção.

Jackson Rosa salientou que a piscicultura dá sinais de que dará certo ou não num prazo médio de seis meses. A expectativa é que a associação ganhe consistência e que os participantes consigam tirar proveito da comercialização de peixes em seu município, podendo até transpô-lo.

Outros membros, como Lidione Ferreira da Silva, Maria do Carmo Rodrigues contaram que só num dia tinham conseguido cerca de R$ 526 com a vendagem, ainda que a maioria deles não tivesse noção exata de como trabalhar com o peixe.

A Codevasf, por meio do chefe da estação de piscicultura tem desenvolvido cursos em outros municípios como Manga, Januária, Pedras de Maria da Cruz, Matias Cardoso, Itacarambi entre outros.

Jackson previa que nesse ano, quando boa parte dos produtores estaria atingindo a segunda etapa de produção já entrasse em vigor o que ele chama de beneficiamento responsável - que seria financiado pelo BNB- Banco do Nordeste e que ajudaria a aumentar a renda desses pescadores. Mas, para que isso se realize, é necessária assistência técnica disponibilizada pela Emater e também apoio aos envolvidos oferecido pelas prefeituras em parceria com a Codevasf.

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