(Carlos Roberto)
Depois de duas décadas de hegemonia, o PT perdeu o comando da Prefeitura de Belo Horizonte, principal vitrine do partido na região Sudeste, a mais populosa do país. Com a derrota de Patrus Ananias ainda no primeiro turno, o partido terá agora que juntar os cacos se quiser viabilizar uma candidatura ao governo de Minas nas eleições de 2014.
Mesmo com o apoio da presidente Dilma Rousseff (PT) e do ex-presidente Lula (PT), Patrus foi superado pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB), que se consolidou como líder estadual do PSB, alvo de cobiça dos tucanos e petistas.
Em 1993, o PT venceu a eleição com Patrus derrotando o tucano Aécio Neves. O vice de Patrus Célio de Castro (PSB) acabou eleito em 1996 e se reelegeu em 2000, tendo como vice Fernando Pimentel (PT). O atual ministro de Dilma herdou a prefeitura de Castro e ficou no poder por oito anos, tendo como sucessor Marcio Lacerda, cujo vice é o petista Roberto Carvalho.
Parte do PT culpa Pimentel (PT) pela saída do partido da administração da capital. Em 2008, Pimentel foi um dos avalistas da aliança informal com o PSDB, que levou Lacerda ao poder.
Amigo pessoal de Lula, o ex-ministro Luiz Dulci chegou a dizer em público que o gesto de Pimentel foi contrário a uma orientação da cúpula nacional de não coligar com o PSDB, DEM e PPS. Dulci classificou a aliança como “espúria”. Durante a campanha desse ano, Pimentel fez “mea culpa” e assumiu uma má condução do processo.
Repercussão
Após o anúncio do resultado, Patrus Ananias resumiu o sentimento dos petistas e falou em “vitória política”, apesar da derrota nas urnas.
“As vitórias políticas não se encontram com as vitórias eleitorais. Tivemos uma grande vitória política e de agora em diante teremos oposição em Belo Horizonte”, disse o ex-ministro, que agradeceu a militância e foi muito aplaudido.
Para o atual vice-prefeito e presidente do diretório municipal do PT, Roberto Carvalho, que pregou o rompimento com o PSDB desde o início da campanha, o PT sai fortalecido, apesar da derrota. “Agora nós vamos ter a condição de fincar bandeira de oposição, com a quebra da aliança. Poderemos fazer oposição de verdade”, realçou o presidente do diretório do PT.
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