Quase 55% dos supermercados em BH foram alvo de assaltantes no último ano

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
31/08/2017 às 14:23.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:21

(Divulgação)

A cada ano que passa, cresce o número de assaltos, furtos, crimes contra o comerciante e o consumidores. Nos últimos 12 meses, 54,4% dos supermercados registraram algum tipo de violência contra 44,5% no mesmo período do ano passado. E o assalto à mão armada a comerciários representa 54,9% dos crimes registrados, enquanto que em 2016 esse índice era de 26,8%.

Os dados são da pesquisa de Vitimização do Segmento Supermercadista, do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios da capital (Sincovaga BH) em parceria com a área de Estudos Econômicos da Fecomércio MG. 

Outras ocorrências são furtos à loja (20,6%), assalto à mão armada a clientes (12,3%) e assalto a comerciários sem uso de arma de fogo (3,6%). “O setor tem sido um dos principais alvos da violência em Belo Horizonte. Além do prejuízo direto, ainda há um desvio de recursos que poderiam ir para outras áreas se protegerem. Pelo levantamento, percebemos que, nos últimos cinco anos, a questão tem impacto também no consumidor, gerando mais perdas aos empresários”, afirma a analista de pesquisa da Fecomércio MG, Elisa Castro.

Para enfrentar o problema, a maioria das empresas (67,7%) gasta, em média, até 5% do faturamento mensal em segurança.

A analista de pesquisa observa que essa expansão das ocorrências nos estabelecimentos está aliada ao aumento da sensação de insegurança na cidade, de um modo geral. Para 47,4% dos entrevistados, a qualidade de vida em Belo Horizonte está pior. Já 84,2% notam crescimento da criminalidade na capital. Assim, apenas 14,5% dos empresários consideram seguro trabalhar até mais tarde, e 18,9% não se preocupam em manter a loja aberta aos finais de semana.

Prevenção

Em busca de segurança, 62,8% dos empresários decidiram tomar atitudes preventivas nos últimos 12 meses, especialmente, mudando hábitos. A principal ação foi guardar objetos de valor em outros locais (37,5%). Cerca de 31% dos supermercadistas optaram pela mudança nos horários de funcionamento da loja, enquanto 17,6% afirmaram estar mais cautelosos, e 13,7% reforçaram a proteção. Neste caso, os itens mais utilizados são circuito interno de TV (46,2%) – investimento que vem crescendo ao longo dos últimos cinco anos – e alarmes (26,7%).

De acordo com o presidente do Sincovaga BH, Gilson de Deus Lopes, o estudo confirma o que já era percebido no dia a dia das lojas. “Infelizmente, a piora no quadro de violência era previsível, devido ao cenário econômico do país. Isso provoca uma situação traiçoeira, em que o empresário acaba substituindo o papel do Estado e retirando dinheiro de capital de giro ou para investimento no negócio a fim de usá-lo em segurança. Tudo na tentativa de minimizar os problemas. Por isso, essa pesquisa é extremamente útil para discutirmos com os órgãos públicos ações de prevenção, atacando os principais pontos de forma direcionada”, argumenta.

O objetivo da Pesquisa de Vitimização do Segmento Supermercadista é auxiliar todo o setor na promoção de práticas que possam evitar ou reduzir a ocorrência de crimes nos estabelecimentos. Além disso, serve de base para a elaboração de projetos e pesquisas de outros ramos de atividade e para a cobrança de mais políticas públicas no sentido de solucionar a questão e proporcionar mais segurança à população.

Sincovaga BH

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por