Quatro é demais, três é perfeito: por que os 3 cilindros são a bola da vez?

Marcelo Ramos / Hoje em Dia
Publicado em 07/02/2015 às 09:38.Atualizado em 18/11/2021 às 05:56.

Apesar de os motores 1.0 terem um grande apelo de vendas motivado pelo preço mais baixo, devido a menor alíquota do IPI, eles estão longe de ser os mais eficientes, e chegam a consumir mais que propulsores de maior capacidade volumétrica. E os motores três cilindros prometem ser a solução para associar preço, eficiência e desempenho.

Populares no Japão e Europa há mais de 10 anos, as unidades três cilíndros chegaram no país em meados de 2011, com a segunda geração do Picanto, que mais recentemente passou a equipar a família HB20, já que Hyundai e Kia são marcas irmãs. Mas esse tipo de motor ficou famoso com a chegada do Volkswagen up!, em fevereiro do ano passado, mesmo que o Fox Bluemotion já estivesse circulando com ele desde meados de 2013.

A tendência foi reforçada pelo novo Ford Ka, e desde a semana passada, pelo Nissan March, que trocou o motor quatro cilindros por uma unidade de tricilíndrica. Mas o que esses motores com um cilindro a menos têm de bom?

O segredo do sucesso dos motores três cilindros é eficiência energética. Os motores dos automóveis perdem muita energia para vencer o atrito entre suas peças. De acordo com engenheiros, cerca de 20% da potência do motor são perdidos só com o atrito. Com um cilindro a menos, o esforço cai na ordem de 15%. Dessa forma, sobra mais energia para ser transferida para as rodas.

Segundo o engenheiro e conselheiro da SAE Brasil Francisco Satkunas, esse tipo de motor é a melhor opção para unidades de baixa cilindrada. “Os motores três cilindros fazem parte do conceito downsizing. São menores, têm melhor performance, menos peças, menor custo de produção, inclusive em componentes estruturais e suspensão, pois são mais leves e também permitem um melhor aproveitamento do cofre do motor. Além disso, a economia em insumos e peças permite o investimento em materiais e sistemas mais eficientes, como o uso do alumínio e os sistemas multi-válvulas”, explica.

Outro atributo é que esses motores permitem o desenvolvimento de automóveis com arquitetura que privilegia o espaço interno e com peso final mais baixo, o que acaba sendo revertido em desempenho como no caso do up!.
 

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