Querem concluir o processo mesmo que não haja razão

Publicado em 03/05/2016 às 13:14.Atualizado em 16/11/2021 às 03:15.

Brasília caminha rumo ao já sabido: à exceção dos fiéis aliados da presidente Dilma Rousseff (PT), a maioria dos senadores quer concluir logo o processo de seu afastamento, primeiramente o temporário, de 180 dias, depois o definitivo, ainda que não tenha fundamentos jurídicos para decisão dessa magnitude. No julgamento político, ainda que se atenha ao conteúdo do pedido de impeachment, os senadores votarão o conjunto da obra, como fizeram os deputados federais. Na bolsa de apostas, fala-se que o placar da Comissão Especial de Impeachment, de 21 votos, chegará a 16 a 5 ou, no máximo, 14 a 7, a favor do relatório que sequer foi redigido. 

Como é sabido, o relator é o senador tucano Antonio Anastasia, que, desde que foi escolhido, tem sido contestado por duas razões, a partidária, o fato de ser oposição declarada, e administrativa, por ter recorrido, em Minas, quando foi governador (2009/2014), a expedientes contábeis que estão sendo imputados, como criminosos, à presidente Dilma Rousseff. Se existem controvérsias e contestações, Anastasia terá boa oportunidade amanhã, quando apresentar o relatório, de defender-se das acusações para que tenha plenas condições de prosseguir na sua missão. 

Depois de ouvir acusação e defesa, especialistas e juristas (indicados por ambos os lados), Anastasia formulará o relatório que será votado até a próxima sexta e, em seguida, será encaminhado ao plenário do Senado, que deverá votá-lo a partir do dia 11. 

Pacotes e pautas-bomba

São de efeitos duvidosos as reclamações de aliados do vice-presidente Michel Temer (PMDB), segundo as quais a pres[/TXT_COL]idente Dilma estaria deixando ‘pautas-bomba’ a eventual governo do primeiro em caso de afastamento dela. Quaisquer que sejam as medidas anunciadas poderão ser revistas por Temer em caso de afastamento temporário da presidente. 

O pacotinho de bondades, anunciado por ela, no domingo (1º de maio), por exemplo, não terá aplicação imediata. O reajuste do Bolsa Família ficou para julho e está abaixo da reposição inflacionária; no caso do imposto de renda, o reajuste de 5% da tabela só se aplicará no ano que vem. 

Cota pessoal ou partidária

Ainda que a bancada do PSD não aprove consensualmente, a escolha do deputado estadual Fábio Cherem pode ser tratada como da cota pessoal ou da exclusiva iniciativa do governador Fernando Pimentel (PT). Cherem é aliado desde a campanha, quando seu partido ainda estava do outro lado, apoiando os tucanos na eleição. De perfil empreendedor, o pessedista deverá assumir pasta ligada a desembaraçar iniciativas privadas, com viés de retomada de crescimento e investimentos.

Pinduca pode voltar

Com a escolha de Fábio Cherem para secretário de Estado, seu suplente, o ex-deputado Pinduca poderá voltar a integrar os quadros da Assembleia. Polêmico, ele já respondeu a vários processos judiciais. Sobreviveu a todos. 

Quintão também volta

Hoje, o ex-secretário André Quintão (PT) reassume o mandato de deputado estadual em meio a especulações, segundo as q[/TXT_COL]uais poderia assumir a liderança na casa. Mudanças como essa não acontecem de maneira rápida a não ser que o titular renuncie ou seja indicado para cargo de secretário. Não é o caso do deputado Rogério Correia (PT).

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