Reação ao aumento da luz: varejo e Faemg garantem que haverá efeito cascata

Da Redação
Hoje em Dia - Belo Horizonte
22/05/2018 às 19:22.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:12

( Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Os mineiros pagarão em média 23,19% a mais na conta de luz cujas faturas chegarão no início de julho. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou ontem os percentuais a serem aplicados pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). 
Para os consumidores residenciais, o aumento será de 18,53% e para as indústrias, o preço irá subir 35,56%
As novas tarifas serão aplicadas a partir de 28 de maio, quando serão feitas as leituras com os novos índices.

O aumento não repercutiu bem nos setores produtivos. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) informou que o ônus recairá sobre o consumidor, que pagará, em média 2% a mais nos produtos comercializados pelo varejo. Em protesto, empresários manifestarão na porta da Assembleia Legislativa hoje. 
“A população não tem como arcar com tantos reajustes”, disse Bruno Falci, presidente da CDL. 

A Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) também repudiou o reajuste e informou que poderá haver alta no preço de alimentos. “ As consequências serão a queda na produção e o aumento no preço dos alimentos”, afirmou em nota o presidente da Faemg, Roberto Simões. 
Conforme ele, cerca de 10% dos consumidores da Cemig são rurais. 

“O aumento da tarifa de energia afeta diretamente o setor produtivo, que é cada vez mais eletrodependente, especialmente nos últimos anos, quando houve investimentos elevados em tecnologia, automatização, industrialização no meio rural. A isto se somam as necessidades de irrigação, aquicultura, criação de aves e suínos e produção de leite, que utilizam energia intensivamente. A FAEMG lamenta profundamente que o agronegócio, que tanto tem contribuído para o desenvolvimento do país, seja punido com este aumento abusivo”, completou.

A Cemig esclareceu que o reajuste foi calculado pela Aneel e levou em conta principalmente o aumento do custo para se comprar energia. Isso aconteceu em virtude da crise hídrica de 2017, que provocou o acionamento das termelétricas. Como a bandeira tarifária não supriu o custo, a empresa arcou com o gasto extra de R$ 470 milhões. 

De acordo com a Aneel, “a revisão tarifária periódica reposiciona as tarifas cobradas dos consumidores após analisar os custos eficientes e os investimentos prudentes para a prestação dos serviços de distribuição de energia elétrica”.
A Cemig atende 8,3 milhões de unidades consumidoras localizadas em 774 municípios de Minas Gerais. 

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