Refinaria Abreu e Lima entrará em operação em novembro, segundo Petrobras

AFP
Publicado em 11/08/2014 às 12:50.Atualizado em 18/11/2021 às 03:44.

A refinaria Abreu e Lima, projeto da Petrobras em Pernambuco, estará concluída no dia 4 de novembro, informou, na manhã desta desta segunda-feira (11), o diretor de Abastecimento da estatal, José Cosenza, durante teleconferência para comentar os resultados do segundo trimestre deste ano.

A construção da refinaria reúne diversas polêmicas, entre elas uma suspeita de superfaturamento investigada pela Polícia Federal. O balanço oficial do governo federal das obras do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) prevê que a refinaria terá um custo de R$ 26,8 bilhões. A estimativa inicial, contudo, era de R$ 5,6 bilhões.

A refinaria teve ainda diversas mudanças de prazo de entrega. Entre os motivos foi uma parceria com a petroleira estatal venezuelana PDVSA. A ideia seria que a unidade fosse construída em conjunto, mas após muito esperar pela decisão das autoridades venezuelanas, a Petrobras decidiu tocar o negócio sozinha.

De acordo com o diretor, a previsão é que o chamado "primeiro trem", que é a primeira linha de produção, já esteja produzindo diesel no dia da inauguração da unidade, reduzindo as importações do combustível. O segundo trem está previsto para entrar em operação em maio de 2015. Abreu e Lima terá capacidade de refino de 230 mil barris de petróleo por dia.

Durante a teleconferência desta manhã, o diretor de Abastecimento e Refino afirmou que o processo de "ramp up", que é a entrada em operação da refinaria, se dará de maneira ágil. Segundo ele, parte importante dos equipamentos já está sendo entregue.

"A refinaria já está em partida. O processo já começou. Estamos vivendo a entrega [de equipamentos] para beneficiar o processamento, checando instrumentos", disse Cosenza.

Capacidade

Consenza informou que o nível de utilização da capacidade das refinarias da Petrobras no país foi para 98% no segundo trimestre deste ano. De janeiro a março, esse percentual era de 96%. No setor industrial, não é comum as unidades trabalharem no limite de suas capacidades, mas por necessidade, a estatal trabalha no máximo para poder produzir mais e importar menos combustível.

A entrada em operação da Abreu e Lima, que pretende produzir o suficiente para atender 19% da demanda de diesel do Brasil, dará um alívio nas importações de derivados pela Petrobras, atualmente o maior gargalo da companhia que, devido a uma política de governo, vende no país combustível mais barato do que o preço que ela paga no exterior.

No segundo trimestre, a Petrobras produziu 2.180 mil barris de derivados por dia, uma alta de 3% ou 56 mil barris diários em relação ao primeiro trimestre. Na comparação anual, a produção avançou 2%.

Cálculos feitos pelo CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura) mostram que no segundo trimestre deste ano a defasagem média entre o preço da gasolina vendida no Brasil para a comprada no exterior é de 16,4%. No diesel, essa diferença é de 9,8%.

PDVSA

A parceria para a construção da refinaria, costurada em 2005 entre os então presidentes dos dois países, Lula e Hugo Chávez, não andou. Até setembro de 2013, a presidente da Petrobras, Graça Foster, ainda falava que aguardava a PDVSA colocar no projeto a quantia equivalente ao que seria sua participação: 40% do ativo.

A estatal adiou várias vezes o prazo limite para a empresa venezuelana se decidir e em outubro de 2013 anunciou que tocaria sozinha o projeto.

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