Reitores de UFMG e PUC Minas defendem apuração rápida e rigorosa contra denúncias de corrupção

Paula Bicalho
pbicalho@hojeemdia.com.br
Publicado em 18/05/2017 às 20:36.Atualizado em 15/11/2021 às 14:37.

Jaime Ramirez, reitor da UFMG, e Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, da da PUC Minas divulgaram nesta quinta (18), uma carta aberta sobre os 
fatos recentes da política brasileira na qual defendem “uma rigorosa e rápida apuração de todas as denúncias, independente de nomes e cargos nelas citados”.

Eles também acreditam que "os poderes constituídos devem garantir o funcionamento da instituições e a liberdade dos movimentos sociais". A carta foi divulgada no começo da noite. Leia na íntegra: 

Carta aberta dos Reitores da UFMG e PUC Minas

"A vida política e social no Brasil vem sofrendo, nos anos mais recentes, seguidos e cada vez mais preocupantes abalos. Tal cenário leva à sensação de que a corrupção se tornou sistêmica e profundamente enraizada na sociedade brasileira, gerando instabilidade e desesperança com relação ao futuro do país.

Nem o reconhecimento das exceções, infelizmente tão poucas, dissipa a impressão de que a corrupção se estabeleceu como modo operativo prevalente, sobre o qual se tem a expectativa de obtenção não apenas de poderes político e econômico, mas também da impunidade.

Pouco mais de um ano depois do impedimento da ex-presidente da República - cujas razões e modo de processamento ainda dividem a sociedade -, o País se vê sobressaltado com novas e graves denúncias que envolvem diretamente o presidente da República e outros ocupantes de cargos políticos estratégicos no cenário nacional. Como inevitável decorrência, surgem incertezas de toda ordem sobre os rumos e cenários futuros da República, em termos dos desdobramentos que podem trazer os fatos que vieram à tona nesta quarta-feira, 17 de maio de 2017.

É nesse cenário, conturbado e dramático da vida nacional que manifestamos de público a defesa de uma rigorosa e rápida apuração de todas as denúncias, independentemente de nomes e cargos nelas citados, e que os Poderes constituídos, em sua missão de resguardar a democracia e a defesa intransigente do Estado de direito, garantam o pleno funcionamento das instituições democráticas, a liberdade dos movimentos sociais e de todas as instâncias de representação social.

A crença na democracia tem essencial significado: o de que, pela ética, correção e sentimento republicano, a sociedade buscará permanentemente a garantia do direito à justiça, liberdade e paz para todos. Se, por um lado, a dissonância e divergências de posicionamentos e perspectivas políticas são naturais na vida democrática, por outro, o respeito às leis e à defesa do estado de direito e a busca do bem comum e da justiça social devem colocar-se como princípios inarredáveis da vida pública".

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